sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Teu amor me sustentará - Missionários Shalom



O Teu amor me sustentará, a Tua graça não me faltará.
Como um selo gravado em meu coração,
Tua vontade em mim se cumprirá

quarta-feira, 19 de outubro de 2011


Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
- João 3.16

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Feliz dia de São Francisco! Doce é sentir - ♪♫



"O Senhor não nos chamou para pregar brilhantemente o mistério da cruz,e sim para vivê-lo humildemente." #oirmãodeassis

domingo, 18 de setembro de 2011

Amor e Disciplina


Certa vez me questionaram: Como você consegue ser esposo, pai, trabalhar no serviço público, ser consagrado na “Doce” e diácono incardinado numa diocese que você não reside?
Confesso que parei e fiquei pensando na verdadeira resposta, pois tal pergunta não merecia palavras a “toque de caixa”. Isto me fez escutar o coração, refletir a minha vida e rezar diante da opção que fiz, a partir do livre arbítrio que me foi concedido, por Aquele que me confiou o dom da vida.

Cheguei a uma conclusão importante para mim, depois da oração pessoal: é a Palavra de Deus que concede ao homem a resposta para todos os seus questionamentos. Se acreditamos nela, a mesma nos capacita e envia para a grande missão dos seus discípulos. Afinal, ela foi inspirada pelo Espírito, portanto, só Ele abre os caminhos para que desbravemos o que lá se encontra escrito, que é a vida e missão dos que dela se alimentam diariamente.

Dizem as Sagradas Escrituras: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mat 6,33). Também está escrito: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 15-16). Ainda relata: “Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos” (Mt 22,14). Também nos fala: “Entre eles há alguns que Deus elevou e consagrou, a outros pôs no número dos dias comuns” (Eclo 33,10a). Quando Deus chama, concede a graça, a partir do nosso empenho, esforço pessoal e sacrifício. Sacrifício sim, porque não existe oferta, doação, entrega, sem cruz. “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á” (Lc 9, 23-24). Cruz sim, porque o Reino da Terra tantas vezes renega o Reino dos Céus, além do mais, “não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6,12).
Se tudo da parte de Deus está feito, é preciso fazer a nossa parte. Portanto, comecei a refletir duas coisas na minha vida e que, tenho tentado me empenhar para colocar em prática ao longo destes anos: O “amor” e a “disciplina”. Só colocando as nossas vidas no “coração de Deus”, teremos coragem e sabedoria para “partir” na missão que Ele nos confia. Afinal, este mundo tem muitas opções que distam do verdadeiro e pleno amor,  por conseguinte, todas as vezes que a criatura não dialoga com o seu Criador, padece por ficar a mercê da sua própria vontade.

Deus nos criou no seu amor e com disciplina. Tanto é que, só criou o homem e a mulher, a partir do momento em que o planeta terra estava preparado para recebê-los.
Mesmo com todo aparato existente para servi-la, quando a humanidade exclui Deus da sua caminhada, ela perde o seu brilho, por desencontrar-se com o fim para a qual foi criada. O homem tem inteligência, vontade, memória, imaginação e afetividade. Todas estas áreas precisam ser iluminadas com a luz que provém do “seu idealizador”.

A luz que temos, vem de uma graça que está dentro de nós e que só o homem poderá deixar que o ilumine. Caso contrário, ofuscamos o seu brilho e abrimos a guarda para que se “acorde o leão, que precisa permanecer dormindo dentro de nós”.
Você há de convir comigo que, todas as vezes que o homem inventa ou idealiza algo, é para um fim, uma finalidade. Por exemplo: a criação de um meio de transporte é para se chegar do outro lado mais rápido e com mais conforto. Nesta mesma linha de pensamento, também pergunto a você: A criação da vida humana tem qual fim, qual finalidade? A inteligência que capacita o homem, em contrapartida, a sua iniquidade, os seus erros (do mais simples ao mais absurdo) – Assim, que leitura podemos fazer deste fato real? O que é que machuca o homem, senão o desequilíbrio que está dentro dele próprio. Será que ele não precisa da luz para renascer, diante de cada situação de transgressão, que tantas vezes pode causar o aniquilamento de si e do outro?

Se acreditamos que o homem foi criado por Deus, tudo o que tem o “dedo de Deus” tem uma finalidade, um para que. A figueira, por exemplo, pode se tornar uma árvore frondosa, no entanto, se não der fruto, não cumpre o seu fim último. Lembre-se que Jesus vai ao encontro de uma figueira para alimentar-se, chegando lá, constata que a mesma é estéril e a amaldiçoa. Penso ser isso um grande ensinamento para as nossas vidas.
Partilho com você leitor e leitora, que muitas são as dificuldades e os desafios de cada dia, no entanto, só existe “amor” no projeto de vida que me foi confiado. E na busca diária de “disciplina”, fazer o que me é indispensável, para a construção do Reino de Deus, neste mundo, tantas vezes frio, mas também sedendo Daquele que o criou.
O amor e a disciplina toma conta do meu dia a dia e vai me consumindo, no qual tantas vezes, deparo-me também com as minhas fraquezas, com a minha pequenez, a minha impotência e o meu cansaço. No entanto, tudo vale a pena, porque eu sei por quem estou fazendo e para onde tudo vai me levar, juntamente com aqueles e aquelas que o Senhor da vinha me confiar.

Eu pergunto a você, leitor(a) amigo(a): As pessoas estão com você pela sua vida ou pela sua missão? Neste caminho, observo a força que tenho, oriunda da minha missão. A família, a minha consagração, o diaconato permanente, não são títulos para mim e sim, missão. A missão alarga os horizontes, fazendo com que o homem, tantas vezes, enxergue além da montanha.
Sei que a minha vida inquieta a muitos, porque o diferente é muitas vezes mal visto. Afinal, não sou um “religioso canônico” e sim, um simples homem, consagrado a Deus num Carisma novo na Igreja e que, como membro de uma Comunidade Nova, vivo diretamente no mundo secular e não enclausurado. Tenho vivenciado que para uns, é uma graça o que vivo, no entanto para outros, é como se a minha vida e opção fosse uma pedra no sapato, que além de incomodar, até machuca e fere.

Mesmo com todas as provações, sou muito grato a Deus por entender a minha vida e missão a partir da sua Palavra e não a partir de mim mesmo. Entendo que o amor e a disciplina são comportas que devem ser abertas dentro de nós, pois abrem espaços para uma vida saudável e com mais qualidade. É bem verdade que existe sacrifício, no entanto,  uma vela consumida pelo amor, disciplina uma alma para o seu fim primeiro e último.
Você que faz esta leitura, és sublime, és especial, és querido(a) por Deus e por toda a criação. “Levanta-te, deixa a tua maca e anda”. Precisamos do seu amor e da sua disciplina, afinal somos irmãos e saímos da mesma “árvore da vida”.

SALVE O AMOR DE DEUS!
SALVE A SUA DISCIPLINA!
SALVE A SUA VIDA, QUERIDO(A) LEITOR(A)!

Deus vos abençoe, com orações.

Diác. Wellington,CDMD

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Jornada Mundial da Juventude 2011 - Comunidade Doce Mãe de Deus

Este vídeo mostra um pouco da aventura na fé que 83 jovens viveram na Jornada Mundial da Juventude, dos dias 14 a 24 de agosto deste ano, em Madrid, na Espanha.
Foram dias vividos com muita intensidade, não parávamos de andar, rezar, admirar e ver a Igreja de Deus que nos reunia ali em torno do sucessor de Pedro. Tivemos, com certeza, uma das maiores experiências de nossas vidas. Não dá para narrar...
Mas, queremos deixar resistrado aqui um pouco do que viveram os jovens que foram conduzidos pela Comunidade Doce Mãe de Deus.

E acredite, a fé nos leva ir além!

A liberdade pela qual ansiamos


 A liberdade é conquistada sem ideologias, evidenciada na verdade. Muitos dizem que ao entrar para a Igreja, ou frequentá-la regularmente torna-se um perigo para a liberdade. Veem a religião como um conjunto de restrições que, além de roubar sua "liberdade" fecha seus olhos para o mundo, colocando como que viseiras.
    
     Por ignorância é confundido liberdade com libertinagem. Dizem "sou livre" e, vivem num hedonismo sem precedentes, sobretudo na pós-modernidade, período em que é detestado o limite, a privação, e o sofrimento é visto como um castigo. Contudo, na sabedoria de Léon Tolstói, escritor Russo do século XIX, encontramos um fragmento do conceito autêntico, acerca da liberdade. Léon diz que " não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade" ouso acrescentar, a verdade de uma maneira integral, pura em sua essência, não a verdade equivocada. Contudo, Tolstói completa dizendo  "a liberdade não é um fim, mas uma consequência", consequência de uma verdade bem vivida. Encontramos um exemplo claro na vida e conversão de Santo Agostinho. O Doutor e Bispo da Igreja transitou por todas as correntes da filosofia pagã indo do maniqueísmo ao neoplatonismo. Buscou, pois, a verdade em várias doutrinasnenhuma a preencheu, sua sede de verdade o fez ir além, e nas pregações de Santo Ambrósio, enfim, encontrou-se com a verdade, que o fez rezar "tarde te amei, Beleza antiga e tão nova, eis que procurava fora o que estava dentro de mim", e a consequência desta verdade foi justamente a liberdade, tão grande que o levou às honras dos altares.
    
 Jesus Cristo é "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6), portanto não andemos por atalhos, nem escolhamos a mentira, que por vezes nos engana, e por fim "escolhe pois a Vida" (Dt. 30,19).
Não permita que as ideologias neutralizem seus pensamentos, aliene sua consciência, pois, deste modo estará corrompendo a sua liberdade, e por conseguinte afastando-se da verdade. Busque a resposta para um mundo em que as ideologias querem igualar tudo, relativizar os conceitos eternos, pondo à prova as palavras de Cristo. Quem disse que o que é falado nas universidades, na mídia corresponde com a verdade, e prima pela liberdade do receptor, qual o critério usado para propagar essas "verdades". Ao meu pensar, surge como confusão para uma geração "ctrl+c" - "ctrl+v". Estamos fadados a nos tornar repetidores de meras informações inverídicas, papagaios de uma mídia decadente.  Críticos de plantão, questionem seus próprios conceitos, apurem suas "verdades", sejam fiéis consigo mesmos. Neste quebra-cabeça um lado da liberdade encaixa-se com a verdade, porém, se isso não acontece em suas concepções, está na hora de recomeçar à exemplo de Santo Agostinho.
     
     Dentro da Igreja sua visão se aguça, pois é na doutrina da Igreja, fundamentada na verdade do Evangelho, que encontraremos as respostas para as aspirações humanas mais profundas. Todavia, no Evangelho não encontramos meias verdades, e porque na Igreja encontraríamos? Muitos tentam ajustar os ensinamentos da Igreja de um modo que lhes agradem, permanecendo apenas com o mel da vida cristã, o fel, a cruz de Cristo, poucos abraçam.Ora, Cristo veio ao mundo para agradar os homens ou ao Pai?Suas palavras são fortes, somente corajosos a vivem. "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." (Lc 9,23). Ou somos íntegros e coerentes, ou estamos fragmentados com as meias verdades de um mundo pós-moderno mutilado, prostrado diante de uma liberdade ilusória.
     O coração humano anseia pela liberdade justificada na verdade. Verdade esta que "não é fruto da imaginação de cada indivíduo" como disse nosso saudoso beato João Paulo II. 

Rodrigo Stankevicz

sábado, 27 de agosto de 2011

“VIVA O CARISMA”!!!


No dia 29 de agosto, a Igreja celebra na sua liturgia, o martírio de São João Batista. Há 22 anos passados (1989), surge neste mesmo dia, a Comunidade Doce Mãe de Deus, como uma resposta do Espírito aos tempos atuais, tão marcado pelo ataque às famílias e a própria Igreja.
Nascemos vivenciando as dores de parto de uma nova época, com o ruir das ideologias que, tanto impacto e atração exerceram e, de outras formas, ainda exercem no continente latino americano. Já no início deste novo milênio nos deparamos com o pensamento “relativista”, que quer se impor como único. Estas propostas não são capazes de responder a necessidade de plenitude da pessoa, como também, são incapazes de solucionar os graves e crescentes problemas do nosso continente e do mundo.

Neste quadro histórico, surge a Comunidade Doce Mãe de Deus, como resposta providencial do Espírito. Somos um novo Carisma para um novo tempo afim de que, na Igreja e com a Igreja, propor, de forma positiva, aos homens  uma experiência real com a pessoa viva de Jesus Cristo. Está experiência nos dá a alegria de ser cristãos, a necessidade de pertencer à Igreja e de vivenciar os Sacramentos.
O Carisma Doce Mãe de Deus chega num tempo de grandes desafios, numa época marcada pela descristianização dos povos, quando não, a pregação, por tantos de um cristianismo light e relaxado, que tenta sucumbir a maior marca e símbolo dos cristãos, que é a “Cruz de Cristo”.

Este novo Carisma, não só soergue o madeiro da cruz, mas também o crava na alma e na vida de tantos, que são chamados com autenticidade a acolher o “Deus do presépio, o Deus do calvário e o Deus do altar”. Somos chamados a “ser testemunha do mistério da salvação de Cristo pelo amor da santa cruz”. Da cruz, renegada por este mundo laicizante, brota a vida e a vocação deste novo povo na Igreja. Somos arautos de um tesouro que encontramos e nele somos chamados a gastar as nossas vidas.
Espetacular é a confiança que Deus deposita nos escolhidos por seu Filho, para encarnar um Carisma e distribuí-lo àqueles e àquelas que Ele chamar. Sabemos que o ser humano tem as suas fragilidades, por isso admiro como o Criador entregou ao seu alvitre tamanha grandiosidade, saída de suas mãos.

O fundador Inaldo Alexandre da Silva é um guerreiro, um homem audacioso, perspicaz, valente e destemido. Este filho de Deus não sossegará enquanto não for plenamente consumido pela vontade do Deus, que o chamou. Olhando para a vela que se consome no fogo, eis a vida deste irmão, sendo consumida no fogo do altar de Deus. Um profeta dos tempos atuais, um verdadeiro evangelizador, um homem que ama a Deus e se inclina à sua vontade.
Somos todos seguidores de Cristo, no qual a cada dia desbravamos este novo jeito de ser na Igreja e no mundo.
A nova evangelização exige reforço da identidade católica e seu sentido de pertença a Igreja. As pessoas querem coerência, testemunhas coerentes entre o anúncio e a vida. Não se pode anunciar o Evangelho, sem ter uma credibilidade no estilo de nossa vida. Como defensores e guardiões de um Carisma, precisamos de pessoas firmes na fé, circunspectos e sábios.  Pessoas com muito Carisma, e com grande amor no coração.

Apesar de estarmos com os pés numa época marcada pela descristianização, o Projeto João Paulo II de nossa Comunidade, com o Pe. Márcio José a frente, confirma que há muitos jovens entusiastas e dispostos a doar-se, por amor ao Reino de Deus e a sua Igreja. Eis uma resposta concreta que o Carisma Doce Mãe de Deus dá ao mundo, que tantas vezes, torna-se ausente das coisas de Deus. Com a “Juventude João Paulo II”, celebramos vinte e dois anos, e com ela caminhamos, para o “jubileu de prata” no ano de 2014, mesmo ano da copa do mundo, em nosso alvissareiro Brasil.
As Novas Comunidades revelam um Deus que “não dorme”, atento às necessidades do seu povo a cada momento da história. Assim, Ele vai se revelando e mostrando, que só Ele, é o Senhor da vida e da humanidade.

Viva a Deus!

Viva a sua Igreja!

Viva aos 22 anos da Doce Mãe de Deus!

Celebremos este novo dia, com orações.

Diác. Wellington,CDMD

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Da dor ao Testemunho

Na conjuntura atual percebemos que a temática da dor e do sofrimento torna-se bastante pertinente, pois, cada vez mais acompanhamos tal modernidade que cria e recria recursos que amenizem o impacto das mesmas. Partindo desta temática podemos pautar nossa discussão a partir de uma pergunta: De onde vem a dor e qual sua finalidade?
Estamos cercados de anúncios no campo da fé que motiva as pessoas a rejeitar todo tipo de dor, colocando-a na condição oposta aquilo que venha a ser de Deus, no entanto, no Evangelho, Jesus é bastante enfático: “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (cf. Mc 8,34). A proposta de Jesus não significa um ato de masoquismo, mas si um ato de coragem, um ato que possibilita aquele que faz esta experiência, compreender que sendo a dor inerente a condição humana, ela não é o fim, mas o princípio, onde acontece um encontro da finitude humana e infinitude divina.

Deus prova aquele que ama! Ele faz isso, não porque seja malvado, mas porque é mediante a provação que o homem experimenta a dependência que ele tem de Deus, dependência esta, que não oprime nem escraviza, mas liberta, uma vez que, ao reconhecer a dependência de Deus ainda que seja diante do sofrimento e da dor, o homem pode contemplar a beleza na qual sua vida está envolvida em vista de sua criação a Imagem e Semelhança de Deus.
“Se aos olhos dos homens suportaram uma correção, a esperança deles era portadora de imortalidade e, por terem sofrido um pouco, receberão grandes bens porque Deus, que os provou achou-os dignos de si”. (cf. Sab 3,4-6) Irmãos a medida com a qual somos provados será sempre menor do que a medida com a qual somos amados. Se compreendermos isto, seremos felizes, pois, conseguiremos fazer a passagem da dor ao testemunho e, nesta graça encontraremo-nos como a obra prima das mãos de Deus, que nos provou, porque nos achou dignos Dele.

Testemunhemos, pois, a graça de saber que a dor por maior que ela seja, nunca terá mais força que o amor e, este amor é Jesus Cristo, que no seu sofrimento, nos convida a sermos testemunhas do amor, que é Ele mesmo, logo, a finalidade do sofrimento é fazer-nos participar dos sofrimentos de Cristo, em vista do amor de Deus que Nele por nós foi derramado abundantemente.

Deus vos guarde!

Helton Morais
Comunidade Doce Mãe de Deus

"CÉU NESTA TERRA"

Somos um povo novo, nascido do coração de Deus, e no Seu infinito amor, Ele nos escolheu “para sermos santos e íntegros diante do seu Divino olhar” (Ef 1,4). Em nós existe o germe Divino, a santidade de Deus, porque “fomos feitos seus herdeiros, predestinados a ser, para louvor de sua glória” (Ef 1,12). Recebemos a marca indelével de Cristo, que é a “garantia da nossa herança” (Ef 1,14a). Portanto, digamos sem medo: Somos do céu! E este céu deve ser uma realidade em toda nossa vida.

O grande exemplo que temos de quem conseguiu revelar o céu nesta terra, foi Maria, a Doce Mãe de Deus. Verdadeiramente não houve, neste mundo, quem mais transbordou esta realidade invisível, mas tão presente. Ela, no seu “Fiat”, acolheu a Palavra de Deus encarnada em seu ventre materno e nos ofereceu deste modo, a vida em plenitude que se encontra apenas, no Redentor de nossas almas. Maria, aos pés da cruz, testemunha para toda humanidade a certeza do céu, pois mesmo diante do filho crucificado, o Servo Sofredor e perante o seu próprio sofrimento de Mãe e de Fiel discípula, não se prostra de dor, pelo contrário, permanece de pé, com um coração ardente de amor e de esperança. Postura de uma nova mulher, que acredita no céu, mesmo diante das trevas.

Que este santo exemplo da Mãe de Jesus, nos motive a sermos mais do céu, e assim, inflamados de amor pelo infinito, não nos desviemos do chamamento de Cristo, que é irrevogável. Como é grandioso contemplar um jovem, ou mesmo, uma família inteira consagrando inteiramente as suas vidas a Deus. Realmente é céu nesta terra! Fico feliz por conhecer tantos irmãos e irmãs, que se entregaram de maneira definitiva a Cristo e a sua Igreja, por meio do carisma Doce Mãe de Deus. A Deus, toda a minha gratidão por essas vidas tão generosas.

Peçamos ao Senhor, por intermédio da Bem Aventurada Virgem Maria, que esta esperança no céu preencha toda nossa vida. As incertezas deste mundo não podem abater o nosso coração, pelo grande amor de Deus por nós! Compreendamos irmãos, que acolhendo a Jesus Cristo, o “Verdadeiro Pão do céu” nesta terra, nossa vida será repleta de felicidade.

Que a Virgem da Assunção, rogue por nós a Deus nesta santa caminhada.

Deus abençoe a todos!

Pe José André CDMD

domingo, 21 de agosto de 2011

O gafanhoto e a cura




Há algumas semanas orava agradecendo ao Senhor uma grande graça de salvação e libertação. Pedi-lhe uma passagem que a confirmasse e Ele me deu o texto em que Joel descreve uma invasão de gafanhotos sobre o povo infiel, que se converte e ouve do Senhor uma inusitada promessa:
 “Eu vos devolverei os anos que o gafanhoto devorou, o yeleq, o hasil e o gazam, meu grande exército [de gafanhotos] que enviei contra vós”. Comereis até fartar-vos, louvareis o nome de Iahweh vosso Deus, que vos tratou de modo maravilhoso, meu povo não se envergonhará nunca mais. (Joel 2, 25s)
Feliz, comecei logo a imaginar como o Senhor me restituiria tantos anos de enganos, cegueiras, pecados, como reconstruiria aqueles “anos de gafanhotos” em minha vida, o tempo que havia perdido, as pessoas que havia magoado, o mal que eu havia feito, o bem que havia deixado de praticar. Sabia que, como sempre, Nosso Senhor me surpreenderia, pois Ele não se deixa vencer em misericórdia e bondade. Não contava, contudo, com o que me diria a seguir.
Mostrou-me uma planta cuja folha maior havia sido destruída por gafanhotos. Em sua superfície havia buracos, mordeduras e raladuras. Perguntou-me, então, como remendaria aquela folha. “Senhor, não sei. Para mim isso seria impossível, mas para ti, tudo é possível, inclusive fazer voltar o passado.”
“Acontece que não sou um Deus de fazer voltar o passado. Veja, com minha ressurreição e o envio do Espírito Santo, aqueles que creram tornaram-se novas criaturas, não criaturas remendadas.”
Na mesma planta que me havia mostrado, começou a surgir outra folha: novinha em folha, verdinha, saudável, viçosa. Nosso Senhor, então, me explicou que era essa a Sua obra: fazer novas todas as coisas, não remendar as velhas. Em meu orgulho e presunção, na mania de querer mandar em minha vida, eu poderia até querer que o passado fosse reconstruído, remendado, mas não era essa a forma de Ele agir. A própria história da salvação comprova isso. Ele é o Senhor da vida ressuscitada, da vida nova. É o Senhor que descongela o rio do passado e o faz correr, cálido e fecundo, para uma vida nova e para a feliz eternidade. É o Senhor das folhas vivas, novas, sadias.
Caí em mim. Percebi o quanto insistimos com o Senhor sobre refazer, reconstruir o nosso passado. Como desejamos que o tempo retroceda para que vivamos bem o que havíamos vivido mal. Como diz Eclesiastes, “vaidade das vaidades”! Na verdade, “orgulho dos orgulhos”. Grande presunção achar que faria tudo diferente!
Sabemos que do ponto de vista do tempo, o passado é o único tempo que me pertence, pois o presente acaba de passar e o futuro ainda não chegou. Entretanto, ele me pertence como passado e não como presente! Pertence-me para que o utilize como “matéria prima”, como aprendizado para o presente com vistas ao futuro. Para que ele voltasse, teria que ter a mesma idade, exatamente as mesmas circunstâncias, as mesmas pessoas, os mesmos sentimentos, pensamentos, mentalidade. Daí – triste realidade! – provavelmente o viveria do mesmo jeito. Seria, portanto, tolice, pedir a Deus que reconstrua nosso passado, que o modifique. No máximo, podemos – devemos! – pedir-lhe que o ordene para o amor, ou seja, que o faça funcionar segundo as leis do amor e gere em nós humildade, tolerância, paciência, fé, esperança, todas frutos da lei da caridade.
É então que se dá o milagre: segundo as leis do amor de Deus, o passado mal vivido não é remendado – correríamos o risco de colocar remendo novo em pano velho! – mas renovado, transformado em algo totalmente novo, totalmente melhor, totalmente diferente, elevado, divinizado. Antes sofrido e voltado para nós mesmos, passa a ser, agora, cheio de esperança e voltado para o amor, para o Evangelho, apontado para o outro, para a vida eterna, tendo por alvo o céu.
É a folha nova, a vida nova, a graça nova, a oportunidade nova que Nosso Senhor nos dá. Pelo arrependimento, confissão, graça de Deus, graça da salvação, somos novas criaturas, nascidos de novo e o gafanhoto, com a graça de Deus, “nunca mais nos envergonhará”.


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por Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom *
Comunidade Shalom

domingo, 14 de agosto de 2011

Feliz na castidade



Sou Jovem: feliz na castidade

Amigos jovens! Torno-me um de vós com o desejo de compreender vossos anseios mais profundos. Faço a cada dia uma opção de escutar e tentar dar pistas àqueles que se abrem para uma palavra encorajadora.

Vivemos numa sociedade atual marcada pela subjetividade e a globalização. Ao mesmo tempo, busca-se a realização do próprio “eu” e a necessidade de viver em grupo aceitando tudo aquilo que todos falam ou fazem. Busca-se também a felicidade, mas nem sempre está firmada pela ética do bem comum, encontrando sua satisfação na cultura hedonista.

É preciso admitir que um jovem no século XXI se depara em uma “mudança de época” com muitas expectativas positivas, mas também com dúvidas a respeito dos comportamentos. As decisões e escolhas na fase da juventude atual se baseiam nas experiências de relacionamentos. Por outro lado, diante de tantas mudanças em tempo curto de passagem, torna-se mais complexo identificar o que é certo e o que é errado, dependendo do referencial que se toma como base.

Castidade é sinônimo de felicidade. O feliz é aquele que está em harmonia dentro de si. Ele vê as coisas ao seu redor com gratuidade. Sabe discernir o que é para ele e o que não convém para sua felicidade.

Agradeço a Deus pelos inúmeros jovens que tenho encontrado nestes últimos anos. Aqueles que se dedicam com radicalidade por uma vida de pureza. Tenho escutado partilhas edificantes daqueles que, na experiência do namoro ou não, se preparam para um digno matrimônio futuro. Suas vidas são modelos de jovens castos.

É preciso dizer daquilo que ameaça a real felicidade na juventude contemporânea. Experiências como ficar está na moda entre os jovens. Essa situação facilmente já aconteceu com a maioria. Os resultados dessa prática são: mães solteiras, famílias destruídas, meninas que estão fazendo aborto, doenças sexualmente transmissíveis, depressões, e tantas mais. Outra degradação do ser humano é a prostituição que muitas vezes é tratada como um comércio ou uma indústria que reduz o rico mistério da sexualidade humana a uma simples comodidade. O erotismo e a pornografia, que distorce e até vulgariza o afeto entres as pessoas, está obrigando jovens a serem obscenos, sem preservar a intimidade. Outro problema que afeta os jovens é a dependência da prática da masturbação, que pode ser sinal de que algo internamente na pessoa não vai bem. Esses e outros são desafios que enfrentamos os quais devemos conhecê-los e lutar contra eles.

Ser puro é ser casto, é guardar a entrega total do corpo para quem nos ama de verdade e com quem temos a certeza de poder viver para sempre. Somente o amor verdadeiro pode fazer alguém dar-se por inteiro, inclusive na dimensão da corporeidade. O verdadeiro amor busca a união com a outra pessoa. A fé e as orações muito nos ajudam na perseverança e serenidade na fidelidade da capacidade de amar na verdade. Somos convidados a manter pura nossa vida, nos relacionarmos na segurança do verdadeiro amor.

Que o Senhor nos ajude a não desperdiçarmos o tempo de nossa juventude no cansaço de uma vida sem ideais. À Nossa Senhora, jovem de Nazaré, confiemos a conservação da pureza original e que realizemos a vontade Daquele que nos criou.

Pe. Márcio José Costa Teixeira

(Comunidade Doce Mãe de Deus)

Twitter: @pemarciocdmd


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Oh, meu Francisco, não deves mais chorar!



 

Ainda nos anos 80, Frei Felipe ensinou aos noviços uma música tradicional italiana que, a cada ano que passa, toma um novo e mais profundo sentido para nós, ensinando-nos muito sobre a beleza da amizade, dos afetos e da benevolência do Deus que se fez homem como nós:
Chorando, Francisco disse um dia a Jesus:
“Amo o sol e as estrelas, amo Clara e as irmãs,
amo o coração do homem, amo todas as coisas belas.
Oh, meu Senhor, me deves perdoar,
pois só a Ti eu deveria amar.”

Sorrindo, o Senhor respondeu-lhe assim:
“Amo o sol e as estrelas, amo Clara e as irmãs,
amo o coração do homem, amo todas as coisas belas.
Oh, meu Francisco, não deves mais chorar,
porque eu amo aquilo que tu amas.”

Em português a rima certamente não fica lá essas coisas, mas a mensagem ultrapassa em muito esta pobreza poética. Francisco chora porque, além de amar a Deus, ama a natureza – o sol e as estrelas. Culpa-se porque, além de amar a Deus, ama as pessoas – Santa Clara e suas irmãs. Penitencia-se por ser apaixonado pelo homem em sua beleza interior. Acusa-se por amar o que é belo. Aos prantos, pede perdão a Deus pois está convencido que só a Ele deveria amar. Julga-se impuro, ingrato, pecador, por amar outras coisas além de amar a Deus.
O sorriso com o qual lhe responde o Senhor contrasta com o pranto do Pobrezinho de Assis. É fácil imaginar seu rosto surpreso quando ouve o Senhor responder-lhe, sorrindo, que também Ele, o Senhor do Universo, o Deus Altíssimo e Todo Poderoso, também Ele, o Onipotente, o Deus Único, também Ele ama a natureza que criou; ama Clara e as irmãs, que elegeu; ama o coração do homem, que habita. Também Ele, a Beleza Suprema, a Suprema Verdade, ama todas as coisas belas.
Há, entretanto, uma razão muito especial para o Senhor amar todas essas coisas e pessoas. Uma razão acima do fato de serem suas criaturas, seus filhos, sua habitação: é que essas coisas, além de amáveis pelo que são, são amadas por Francisco, seu amado poverello. Porque Francisco ama o Senhor, ama todas as coisas boas e belas, pois tudo o que é bom e belo vem de Deus e o reflete. Porque o Senhor ama Francisco, ama tudo o que ele ama, pois amando o que o Senhor criou, ele o ama acima de todo o criado.
Há em tudo isso uma ternura difícil de expressar. Francisco, em sua inocência, crê pecar por amar aquilo que reflete o amor de Deus, mas que não é Deus. Por isso chora. O Senhor, em sua benevolência, recebe o amor inocente de Francisco e o corrige, explicando que também Ele, o Senhor, ama o que é bom e o que é belo. Deixa entrever que beleza e verdade se supõem. Com seu sorriso, consola o pranto de Francisco. Ensina-lhe, assim, algo tão singelo que por vezes escapa às nossas complicações altivas: o maior mandamento não é amar somente a Deus e não ter afeto por nada ou ninguém; o maior mandamento é amar a Deus, amar o que é bom e belo e, exatamente por isso, amar a Deus acima de todas as coisa boas, belas, verdadeiras e amáveis.
Reconhecer que Ele, que é Amor, é o autor de tudo o que é amável e que amar o que o reflete é uma forma terna, atenta e delicada de amá-lo em tudo e em todos. Em linguagem poética, Francisco é lembrado de que o maior mandamento é amar a Deus acima de todas as coisas que se ama e não excluindo ou não amando as coisas e as pessoas.
Dá o que pensar, essa poesia italiana... Lembra São João: “quem diz que ama a Deus, mas não ama seu irmão...” Bem, você sabe: é mentiroso. Jesus não permitiu que Francisco caísse nessa “mentira”, nessa espiritualidade falsa que deixa de fora os afetos, condenando-os ao invés de utilizá-los para a glória de Deus, tudo ordenando segundo o amor. Sem afetos, o homem não é humano e só o homem “humano”, segundo a estatura de Cristo, com seu corpo, intelecto, afetos, espírito, é, verdadeiramente, espiritual.
Dá o que pensar, também, o modo maravilhoso como Deus se compromete com Francisco. O modo como Ele curva-se sobre seu eleito e lhe é fiel. O modo como Ele, que é o Deus Altíssimo do Poverello, não despreza seus afetos, mas une-se a eles e, assim, fá-los belos, eleva-os e reafirma a capacidade de amar e de contemplar com que criou a ele e a cada um de nós. Ordena, com sua ternura, os afetos de Francisco segundo a ordem do amor: “Também eu, meu Francisco, amo essas coisas. Sou um contigo. Amo o que tu amas, pois tu me amas acima de tudo o que amas”.
Frei Felipe está, agora, no céu. Deve estar sorrindo, com seus olhos verdes – agora não mais míopes – cantarolando para cada um de nós, ternamente: O mio figliolo, non devi pianger più, perchè Dio ama quel che ami tu... Deus lhe pague, Frei Felipe. Você talvez não tenha tido o saber das academias, mas deixou-nos a sabedoria de quem acolhe, humildemente, a própria humanidade e oggi, non piange più. Auguri!

Emmir Nogueira Co-Fundadora da Comunidade Shalom

segunda-feira, 18 de abril de 2011

OS QUATRO GRITOS

Na liturgia deste Domingo de Ramos, fomos surpreendidos com quatros gritos que ecoaram no coração da Igreja com sua respectiva importância. No primeiro grito, ainda na benção do ramos, vemos que o povo aclamava Jesus em sua entrada em Jerusalém: “Hozana, bendito o que vem em nome do Senhor!”. Em seguida, já na narração da Paixão, vemos este mesmo povo gritando: “Crucifica-o!”. Nestes dois gritos, o que os distingue? O que teria feito o povo mudar radicalmente de idéia em tão curto espaço de tempo? São questionamentos que levantamos, para conseguir chegar a um desfecho nos dois últimos gritos, agora dados por Jesus: “Helí, Helí, Lamá Sabactâni? (Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?)” e o último grito, no qual Ele rende o Espírito.
O grito do povo expressa uma grande oscilação; a partir daquilo que o texto nos sugere, gostaria de colocar as frequentes mudanças de idéias e concepções que nós seres humanos sofremos, assim, os gritos do povo, representam a infidelidade e a inconsistência da humanidade. Já os gritos de Jesus revelam num primeiro instante um Deus que é 100% homem e como homem se sente só, porém, não permite que sua solidão desvie seu olhar de sua missão; o segundo grito, porém, revela o homem que é 100% Deus, e que permanecendo fiel ao projeto do Pai dá-nos as vias pelas quais podemos ser fieis.
Proponho, portanto, a partir destes quatros gritos uma conexão que nos possibilite vivenciar uma semana santa diferente. Somos aqueles que vão do êxtase a agonia num curto espaço de tempo, mas nos gritos de Jesus, percebemos que seu êxtase se dá exatamente na sua agonia, pois, sendo fiel ao seu projeto salvífico, mostra que o sofrimento não é o fim, mas o princípio, uma vez que, o sinal de maldição para os Judeus se torna o grande sinal de redenção para a humanidade inteira.
Que gritos estamos prontos a dar neste início de semana santa? O grito do povo que muda de idéia diante de qualquer provação? Ou o grito de Jesus, que permanece fiel mesmo diante da grande provação? Escolhamos e tenhamos uma feliz Semana Santa!
Deus vos guarde!
Helton Jonatas
Consagrado na Comunidade de Vida Doce Mãe de Deus

domingo, 16 de janeiro de 2011

As lições que aprendi com o lápis!

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Certa vez, alguém, bem inspirado, disse que a vida é um eterno aprendizado, no qual os dias sempre surgem como a oportunidade de aprendermos novas lições. Nestes dias, por exemplo, tenho sido particularmente sugerido por alguns ensinamentos do lápis. Inicialmente, fiquei fascinado com uma frase de Madre Teresa de Calcutá, que olhando para sua vocação, conclui: “Não sou nada, senão um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do meu Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja”. Quando me deparei diante desse fragmento, fiquei surpreso por encontrar tantas lições veladas em um simples objeto, lições importantes que, se bem aprendidas, nos sugerem uma gama de significados para a nossa vida, nossa história, nossa vocação.
Não gostaria de ser metódico ao discorrer sobre os ensinamentos apresentados pelo lápis, contudo, penso que inevitavelmente o serei, pelo desejo de juntos explorarmos sua riqueza, tal como o garimpeiro se dispõe quando encontra uma mina. Com o lápis aprendemos, primeiro: a lição da confiança e do abandono em Deus. Ele nos sugere que podemos fazer grandes coisas, mas não devemos nos esquecer de que existe uma Mão que guia nossos passos, uma Mão que deseja nos conduzir. É preciso nos submetermos a essa Mão, deixando-nos ser conduzidos e orientados por ela, ainda que não seja do modo como gostaríamos que fosse. Um lápis, sem uma mão que o tome e o oriente, não tem muito sentido.
A segunda lição:  na vida da gente, depois de algum tempo tempo, precisamos ser apontados. Passar pelo apontador não deve ser muito agradável ao lápis, mas para que a ponta fique evidente e apropriada para a escrita, ele precisa se deixar cortar. E deixar-se "cortar na carne". É bem verdade que temos medo do "apontador", e isso acontece porque sabemos que afiar a ponta significa quase sempre cortar excessos, aparar o que está sobrando, tirar o que não precisamos mais, e isso é muito difícil, embora seja necessário para o nosso crescimento. A beleza escondida nessa lição nos leva a uma terceira: ao passar pelo apontador, o lápis foi cortado em sua parte externa, mas também em seu interior. O grafite também foi modelado, renovado. Passou por um processo educador, porque educar, ex-ducere, quer dizer, em latim, "evocar a verdade"; tirar, extrair, trazer para fora o novo. O que realmente importa no lápis, não é simplesmente a madeira ou seu aspecto externo, mas sobretudo, o grafite que está dentro. Para que a escrita fique perfeita, a ponta precisa ser feita por inteiro, daí a importância do cuidado com aquilo que acontece em nosso interior.
A quarta lição: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. A necessidade da borracha nos faz abandonar atitudes e vícios, nos faz mudar comportamentos, mentalidade, convicções... E nos faz olhar em outras direções, pedir perdão, voltar atrás, recomeçar, superar o egoísmo e a autossuficiência. É interessante como, de um modo admirável, o lápis nos ensina a necessidade que temos da "borracha" quando estamos diante do erro.
Finalmente, a quinta lição é que o lápis sempre deixa uma marca. Tudo o que fazemos, de algum modo, marca as pessoas, e marca, sobretudo, nós mesmos. A qualidade dessas marcas sempre resulta das escolhas que fazemos diante daquelas outras lições. É preciso deixar as boas marcas para as quais o lápis foi gerado. Se ainda não as [boas marcas] deixamos, é tempo de recomeçar. É tempo de escrevermos uma nova história. É preciso, tal como o lápis, nos abandonarmos. O tempo é agora. O tempo é neste dia que se chama HOJE. Um Bom Mestre está sentado à mesa e à Sua frente há um lápis, um apontador, uma borracha e uma folha em branco assinada. Ele olha para a folha, toma o lápis em Sua  Mão e concorda com Santo Agostinho dizendo: “Ter fé, isto é, se abandonar, é assinar uma folha em branco e deixar que Deus escreva nela com o lápis da nossa vida o que quiser”.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ano novo! Vida nova!


Queridos irmãos e irmãs, iniciamos mais um ano e sempre neste tempo, renovamos as nossas esperanças, fazemos também muitas promessas, para que os erros cometidos no passado, não voltem a acontecer. Mas, para que isso aconteça de fato, precisamos abrir ainda mais o nosso coração para Deus e assim sermos conduzidos por Sua luz, a fim de que as trevas não atrapalhem a nossa ventura.
Na festa que celebramos hoje, a Epifania do Senhor (Primeira manifestação de Deus), o Deus da luz nos convida a irmos ao Seu encontro e diante Dele, abrirmos o cofre do nosso coração, entregando a Ele o mais valioso bem que todos nós possuímos a VIDA. Deus, em seu profundo amor acolhe a nossa oferta e nos oferece muito mais do que ofertamos. Pois, a verdadeira alegria consiste em dar-se plenamente a Deus.
Nesta semana que passou, a última do ano de 2010, uma irmã de comunidade escreveu uma frase no seu twitter que me chamou atenção: “Estou sem destino na virada”. Ela se referia ao local que passaria o reveillon. Entretanto, eu interpretei esta frase de uma maneira diferente, não no caso dela, que passou o final de ano em nossa Casa Mãe (Discípulo Amado), mas na vida de muita gente que não percebe o grande amor de Deus.  É que muitas pessoas realmente estão sem “destino”, não apenas na “virada”, como também na vida e por isso, não conseguem crescer e serem felizes, elas pensam apenas, no hoje e não conseguem construir nada, porque são imediatistas.
O meu e o seu destino, está em fazer unicamente a vontade de Deus. Nós fomos predestinados a vivermos em Deus. Sem Ele não produziremos frutos que permaneçam e sem a sua força e o seu amor cairemos na solidão, definitivamente.
“Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice és tu que garantes o meu futuro” Sl 15,5
Entregando-nos a Deus, encontraremos Nele o verdadeiro destino do ser humano: Ser Filho de Deus , perceberemos que neste mundo, só há plenitude de vida, se estivermos unidos a Ele. Portanto, sigamos a Cristo seguindo a estrela de Belém, que é a Igreja, para o adorarmos em espírito e em verdade. De joelhos diante Dele, ficaremos de pé nos momentos difíceis que, provavelmente, iremos nos deparar neste novo ano. Pois, ainda caminhamos na penumbra da fé.
Que Maria, a Doce Mãe de Deus, rogue por nós, nos conduzindo no caminho da paz.
Deus abençoe a todos e um Feliz Ano na benção do Senhor.

Pe. José André CDMD
Twitter @padrejoseandre1