quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É bela a amizade humana…

Dizia João Paulo II aos jovens: “Não tenhais medo queridos jovens, dos relacionamentos humanos, do acolher a vida do outro e do construir laços duradouros. É Cristo mesmo que nos ama através dos nossos verdadeiros amigos”.

Sabemos que existem os riscos próprios dos relacionamentos, tais como o egoísmo, a possessividade, o ciúmes doentio, a cobrança, a infidelidade aos segredos e o desrespeito com o coração e a pureza do outro. Não nos iludamos, a malícia está nos nossos corações, nos nossos olhos e pensamentos. Claro, isso não se trata de uma concepção paranóica ou de puritanismo, mas da verdade de que nossas faculdades e o nosso coração estão marcados pela debilidade desde quando o homem negou a Deus. O nosso Batismo nos devolveu outra vez a graça da filiação divina em Jesus Cristo, a força para caminharmos para a santidade e o domínio de si, mas não nos tirou a possibilidade de cometermos o pecado, de negarmos a Deus e de fazermos do outro instrumento de nosso prazer egoísta. Somos pessoas humanas e nossas fraquezas estão sempre diante de nós, mas temos o amor e a graça de Deus, por isso a santidade é sempre possível a começar das nossas relações humanas.

Despretensiosamente deve iniciar uma relação e assim deve permanecer. Aprendo sempre que o amor gratuito custa muito, especialmente no contexto de sociedade no qual nos encontramos. Também as relações de fraternidade e amizade necessitam sempre da “kenosys” (esvaziamento de si) para vivermos como nos ensina o Evangelho.

Os conceitos não dizem tudo sobre as relações e é a experiência a melhor escola. É quando vivemos o compromisso de participarmos da vida de uma pessoa, seja homem ou mulher, é que temos que concretamente fazer uso do que está escrito na nossa consciência, e ainda do que aprendemos e do que intuímos segundo a caridade, o bem e a retidão de coração. A própria graça de Deus não é mágica, mas força que transforma segundo a nossa abertura do coração e da fé.

Quantos de nós recordamos nos nossos descaminhos históricos as sombras, as rupturas, as dores e lágrimas, as renúncias e as coisas que se foram, embora não tenham se submetido à nossa vontade. Sabemos que logicamente o desamor e a carência geram o desamor e a carência, mas a vida dos que creem em Jesus Cristo, na força da sua cruz, no poder da sua graça, não pode ser um “determinismo Freudiano” onde tudo se encaixa na lógica e na razão cega, ou seja, quem sofreu a ausência do amor nunca pode amar. Isso não é verdade! Muitas das sequelas das nossas feridas são verdadeiros espinhos, mas não quer dizer que não podemos amar e sermos felizes, fazer os outros felizes. A Cruz nos mostrou que além “daquele maldito veredicto dos homens, Deus acolhia o Sim do seu Filho”. Da Cruz brotou a vida porque quem a abraçou o fez por amor ao Pai e aos homens.

Quase sempre os relacionamentos fraternos e a amizade passam pela cruz da purificação, do silêncio, da decepção, do abandono ou dos sentimentos contrários aos de Cristo, mas quando isso acontece e optamos pela vontade de Deus, ainda que nos faça sofrer por causa das renúncias, ele faz brotar em nós a paz e a certeza de que tudo o que Ele realiza em nós faz edificar os outros, gera frutos de vida e não de morte. A castidade é possível, mas é uma luta, exige o domínio de si e o auxílio da graça de Deus. A amizade não é uma “simples poesia” ou uma “fuga da solidão de não ter alguém”, a amizade é uma vocação, um dom de Deus. Deus nos escolhe para participarmos da vida do outro e nos concede a missão de tornar esta vida mais de Deus, mais santa, mais feliz, não usurpando para si o que pertence a Deus e ao seu desígnio para a vida deste outro. É bela a amizade humana quando Deus é o centro da relação.

Antonio Marcos
Missionário na Comunidade de Vida Shalom

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ser um consagrado é estar rendido


Ser um consagrado é estar rendido, abandonado aos pés do Mestre. É olhar para o fiat de Maria e por ela ser impulsionado a dizer o meu próprio fiat todos os dias. É esta a experiência que partilho hoje, a de estar rendido à vontade de Deus. Eu, sendo antes, membro em formação na Comunidade de Aliança, tive a alegria de ser chamado a experimentar da Graça de Deus, a mim reservada, na fase formativa do Discipulado de Vida e assim abandonar-me por inteiro nos braços de Deus por meio do Carisma Doce Mãe de Deus. “Então eu disse: “Eis que venho.” (Sl 39,8).

O sim foi dado, rendi-me a voz que não se cansava de gritar em mim. Rendi a minha vida, minha família, meus amigos, meus planos e sonhos, para deixar-me guiar pelo sopro novo que ardera em meu peito. Deus tem se revelado a mim de forma sempre nova. A cada novo dia, uma nova experiência de intimidade com Ele, que me leva a uma nova oferta.

Viver o novo da vida consagrada, é viver um amadurecimento palpável em minha vida pessoal e comunitária. A partir do momento que dei o meu sim à tão grande chamado, descobri que a vida consagrada não é para mim, mas para o outro, se estou disposto a viver a vida consagrada, estou disposto a viver pelo o irmão, viver para o irmão. Concluo testemunhando o fogo de Amor que abrasa o meu coração e que faz arder em meu peito a alegria plena em dizer: “Sou de Deus!”.

“Fazer a vossa vontade, meu Deus, é o que me agrada, porque vossa lei está no íntimo de meu coração.” (Sl 39, 9)

Wendell Soares Pereira
Missionário Doce Mãe de Deus – Maceió/AL

terça-feira, 29 de setembro de 2009

SANTOS ARCANJOS, ROGAI POR NÓS!


“Ó Príncipe nobilíssimo da hierarquia angélica, valoroso guerreiro do Altíssimo, amante zeloso da glória do Senhor, terror dos anjos rebeldes, amor e delícia de todos os anjos justos, meu diletíssimo Arcanjo São Miguel.

Desejando pertencer ao número dos vossos devotos e servos, ofereço-me todo a vós, dou-me e dedico-me e coloco todo o meu ser, todos os meus interesses, minha casa, família e quanto possuo sob a vossa proteção.

É pequena a oferta da minha servitude, não sendo eu senão um miserável pecador,mas grande é o afeto de meu coração.

Lembrai-vos de que hoje em diante estou sob o vosso patrocínio e vós deveis em toda a minha vida assistir-me; procurar-me o perdão dos meus muitos pecados; alcançar-me a graça de amar de todo o coração ao meu Deus, ao meu amado Salvador Jesus, a minha doce mãe Maria e, ainda, conseguir-me o que for necessário para chegar à coroa da glória.

Defendei-me sempre dos inimigos da minha alma, especialmente no último momento da minha vida.

Vinde então, príncipe gloriosíssimo, assistir-me no último combate e, com a vossa arma poderosa, atirai para longe de mim, no abismo do inferno, aquele anjo prevaricador e soberbo que prostrastes um dia num combate no céu.

Amém”

A Igreja confessa a sua fé nos anjos da guarda, venerando-os na liturgia com uma festa própria e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração frequente, como na invocação do “Anjo de Deus”. São Basílio Magno, doutor da Igreja, escreveu: “Cada fiel tem ao seu lado um anjo como tutor e pastor, para o levar à vida” (cf. 5. Basilius, Adv. Eunonium, III, 1; cf.Sto. Tomas, Summa Theol. 1, q. II, a.3).

São Jerônimo, doutor da Igreja, afirmou que: "A dignidade de uma alma é tão grande, que cada um tem um anjo guardião desde seu nascimento".

A Igreja honra com culto litúrgico três anjos. O primeiro é Miguel Arcanjo (cf. Dn 10,13-20; Ap 12,7; Jd 9). O seu nome exprime a atitude essencial dos espíritos bons. “Mica-El” significa, de fato: “Quem como Deus?”. O segundo é Gabriel: figura ligada sobretudo ao mistério da encarnação do Filho de Deus (cf. Lc 1,19-26). O seu nome significa: “O meu poder é Deus” ou “poder de Deus”. O terceiro arcanjo chama-se Rafael. “Rafa-El” significa: “Deus cura”; o conhecemos pela história de Tobias (cf. Tb 12,15-20), entre outros.

O famoso Bossuet dizia que: "Os anjos oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até os nossos desejos, fazem valer também diante de Deus os nossos pensamentos... Sejamos felizes de ter amigos tão prestativos, intercessores tão fiéis, intérpretes tão caridosos".

Os santos todos foram devotos desses seres celestes. Os anjos assistem a Igreja que nasce e os Apóstolos, prepararão o Juízo Final e separarão os bons dos maus. São eles que protegem Jesus na infância (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19); são eles que O servem no deserto (cf. Mc 1, 12); e O reconfortam na agonia mortal (cf. Lc 22, 43); eles poderiam salvar o Senhor das mãos dos malfeitores se assim Cristo quisesse (cf. Mt 26, 53).

Toda a vida de Jesus Cristo foi cercada da adoração e do serviço dos anjos. Desde a Encarnação até a Ascensão eles O acompanharam. A Sagrada Escritura diz que quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo afirmou: "Adorem-no todos os Anjos de Deus" (cf. Hb 1, 6). Alguns teólogos acham que isso motivou a queda dos anjos maus, por não aceitarem adorar a Deus Encarnado na forma humana.

A Igreja continua a repetir o canto de louvor que eles entoaram quando Jesus nasceu: "Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência divina" (cf. Lc 2, 14).

A Bíblia não só os apresenta como nossos guardiães, mas também como nossos intercessores. O anjo Rafael diz: "Ofereci orações ao Senhor por ti" (Tob 12, 12). "A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus" (Ap 8,4).

Santo Ambrósio, doutor da Igreja, declarou: "Devemos rezar aos anjos que nos são dados como guardiães" (De Viduis, IX); (cf. S. Agostinho, Contra Fausto, XX, 21).

A Igreja acredita que, no dia do batismo, cada cristão é confiado a um anjo que o acompanha e o guarda em sua caminhada para Deus, iluminando-o e inspirando-o.

Na Festa do Anjo da Guarda (2 de outubro), a Igreja põe diante dos nossos olhos o texto do Êxodo que diz:

"Assim diz o Senhor: Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões e nele está o meu nome. Se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários. O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá à terra dos amorreus, dos hititas, dos ferezeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuzeus, e eu os exterminareis" (Ex 23,20-23).

Além de tudo isso, a Bíblia frequentemente mostra os poderes dos anjos na natureza, e afirma São Jerônimo que eles manifestam a onipotência de Deus (cf. S. Jerônimo, En Mich., VI, 1, 2; P. L., IV, col. 1206).

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

domingo, 20 de setembro de 2009

Exercite o seu olhar...




Outro dia li, "e por que atentas tu na trave que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?"
Deus sabe das nossas limitações e por isso, o tempo todo se dispõe a nos ajudar, para que melhor possamos aproveitar o que há de bom na vida.
Que hoje, juntos, possamos VER além e assim sermos FELIZES!

Aprendendo a olhar

Imagine-se andando por uma calçada com os braços carregados de pacotes e alguém colide brutalmente com você, fazendo-o cair e esparramando seus mantimentos. Quando você se levanta do meio de ovos quebrados, suco espalhado pelo chão, está pronto para gritar: “Idiota! O que há de errado com você? Está cego?”


Mas, bem antes que tome fôlego para falar, você percebe que a pessoa que colidiu com você é realmente cega. Ela também está estirada no meio dos mantimentos espalhados e não consegue se levantar, pois sua bengala está jogada no chão.


A raiva pelo tombo passa na mesma hora. Imediatamente seu coração é tomado por uma compaixão e pela demonstração de simpatia e caridade. Você logo se oferece para ajudar a pessoa a se levantar. Com certeza, pede desculpas e se preocupa em saber se a pessoa se machucou, se precisa de cuidados.


Esse é um lindo retrato de nossa vida. Quando percebemos claramente que a fonte da desarmonia e da miséria no mundo é a ignorância a respeito da dor e do problema do outro, podemos abrir a porta do coração e permitir que a graça de Deus aconteça em nós e através de nós.


Uma das maiores causas – se não a maior – de nosso sofrimento é a maneira como enxergamos a vida e tudo aquilo que nos acontece. Na verdade, não são os acontecimentos que nos fazem sofrer. Sofremos pela maneira como olhamos para os acontecimentos. Todo ponto de vista é a vista a partir de um ponto. Quando privilegiamos um ponto negativo, passamos a enxergar tudo com as lentes da negatividade. O pior não está nem tanto no olhar negativo, mas na concentração estragada, encardida do olhar.


Precisamos aprender a olhar a vida pela ótica de Deus. Para isso, necessitamos de alguns exercícios contínuos de aprendizado do olhar:


- Olhar a vida como dom e presente a ser cultivado; como graça que precisa ser acolhida com responsabilidade e gratidão.


- Olhar a morte com a serenidade de quem sabe porque vive. Aliás, só tem dificuldade de olhar a morte quem não aprendeu a saborear a vida. Jesus ensinou, em Bethânia: “Se creres, verás a glória de Deus” (João 11,40).


- Olhar para si mesmo com paciência e generosidade. Às vezes é mais fácil ser generoso com os outros do que com a gente mesmo. Tem muita coisa que gostaríamos de mudar em nós que só depende de nós, mas que ainda não conseguimos. Paciência e perseverança.


- Olhar para os outros sem as armas que costumamos trazer escondidas no coração, pelo preconceito, pela inveja, pelo medo, pelo ciúme. Olhar para os outros como convite para a nossa própria melhora.


- Olhar para Deus como amor que é. Deus é Pai, que ama com amor infinito e incondicional. Precisamos treinar imaginar Deus sorrindo. A Bíblia não tem medo de afirmar que Deus gosta de rir e sorrir.


- Olhar para as coisas dando-lhes o devido lugar. Nada nem ninguém que esteja fora do coração humano é capaz de preenchê-lo. As coisas são instrumentais que nos ajudam, mas não podem ser absolutizadas.


- Olhar com caridade para aqueles que nos machucam – caridade suficiente para compreendermos que, como nós, são pessoas limitadas, fracas, falhas, sujeitas aos dissabores da vida.


- Olhar com gratidão para as pessoas que nos amam, procurando corresponder a elas. Saber-se amado é gota fundamental de cura, em qualquer tempo, para qualquer idade.


- Olhar com humor: o humor é fundamental para o equilíbrio humano. Ele nos dá a graça de tomarmos distancia de nós mesmos e dos acontecimentos. Ele nos permite colocar todas as coisas em perspectiva e tirar o tom dramático dos acontecimentos. O humor ajuda a ver a vida com olhos novos, com novos pontos de vista. O humor realça as incertezas de nossa vida, mostrando-nos que ela não é previsível. Viver é acolher cada dia, como novo – completa e absolutamente novo. O humor nos ajuda a perceber que as coisas são relativas. Quem é muito sério acaba se achando muito importante e por isso não gosta do humor, que põe em risco a máscara, a couraça, a casca que reveste o balão do orgulho prepotente. O humor ajuda a desinchar o balão, pois quebra a casca.


Pe Léo, SCJ



Deus abençoe você que sabe olhar além e ser feliz!


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Guardar o silêncio


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Santidade se alcança, também, no domínio da lingua

Lembro-me de que, quando seminarista, tinha a língua solta, não encontrava em mim forças para guardar segredos e frequentemente, mesmo não querendo, acabava revelando coisas que pessoas haviam confiado a mim. Estava no terceiro ano de Filosofia quando um dia – sinto que foi o Espírito Santo – me senti tocado de uma forma particular, de modo que um pensamento muito forte surgiu dentro de mim: “Eu preciso aprender a dominar a minha língua, pois se eu não for capaz de guardar segredo, quem é que vai ter a coragem de confiar em mim? Nem eu terei coragem de me confessar comigo mesmo”.

E comecei a me exercitar no controle da minha língua. Graças a Deus, a luta continua, mas a vitória que Deus tem me concedido nessa área tem sido abundante. São Tiago 3 comenta: “Todos nós tropeçamos em muitas coisas. Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito, capaz de refrear também o corpo todo. Ora, também a língua é um fogo! É o universo da malícia! Está entre os nossos membros contaminando o corpo todo e pondo em chamas a roda da vida, sendo ela mesma inflamada pelo inferno! Da mesma boca saem bênção e maldição! Ora, meus irmãos, não convém que seja assim”.

Buscar o domínio da língua pelo silêncio é algo necessário. Santa Faustina nos exorta em muitas passagens do Diário a empreendermos esta luta: Diário 92: “Nos momentos em que muito sofro procuro calar-me, porquanto não confio na língua que, em tais momentos, tem a tendência de falar de si mesma, e ela deve me servir para glorificar a Deus por tantos bens e dons que ele me concedeu.Quando recebo a Jesus na Santa Comunhão, peço-lhe com fervor que se digne curar a minha língua incessantemente glorifique a Deus. Grandes são os erros cometidos pela língua. A pessoa não atingirá a santidade se não tomar cuidado com a sua língua”.

Diário 118: “A língua é um membro pequeno, mas realiza grandes coisas. A religiosa que não sabe calar-se nunca atingirá a santidade, ou seja, jamais será santa. Que não se iluda – a não ser que através dela esteja falando o Espírito de Deus; neste caso, não é permitido calar-se. Mas, para ouvir a voz de Deus, é preciso ter o silêncio na alma, isto é, com o recolhimento em Deus. Pode-se falar muito e não interromper o silêncio, e ao contrário pode-se falar pouco e sempre romper o silêncio. Oh! Que dano irreparável implica a inobservância do silêncio! Faz-se um grande mal ao próximo, porém ainda maior à própria alma”.

Diário 171: “Luta para guardar silêncio. Como normalmente ocorre, para o retiro vêm Irmãs de diversas casas. Uma das Irmãs, que não tinha visto há muito tempo, veio à cela e disse-me que tinha algo para me dizer. Nada lhe respondi, e ela percebeu que eu não queria interromper o silêncio. E ela comentou: “Não sabia que a Irmã é tão esquisita,” e saiu. Percebi que essa pessoa não tinha nada a tratar comigo, além de satisfazer a curiosidade egoísta. Ó Deus, ajudai-me a me manter fiel”.

Pedir ao Senhor e lutar para guardar silêncio é algo que devemos fazer.

Pe. Antônio Aguiar
http://blog.cancaonova.com/padreantonioaguiar/

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ó CRUZ, TU NOS SALVARÁS!!!

A cruz é para nós como o Sol!


No Coração da cidade Santa se levanta a àrvore da vida,
suas folhagens curam as nações, Aleluia!!!

Adoramos, Senhor, vosso Madeiro Santo;vossa ressurreição nós celebramos.
A alegria chegou ao mundo inteiro pela Cruz que nós hoje veneramos.
nos lave com teu sangue que cura e nos salva!
Irmãos, vamos a Ele e rendamos graç
Senhor nós te pedimos que com o brilho de tua cruz,
de seus braços onde o corpo esta pendente,

as com hinos festivos e aclamações,
Vamos adora-lo, adoremos o Senhor nosso Rei
que foi elevado sobre a Cruz!

Feliz Festa da Exaltação da Santa Cruz!


Marcia Cristina
Tudo pelo Amigo!

Comunauté Douce Mère de Dieu
20 ans d'histoire!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O TESOURO ESCONDIDO


“O reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo.” (Mt 13,44)
Tudo em nossa vida está sempre apontando para um fim último, daí surge à pergunta: O que almejamos mesmo? O que estamos buscando? Qual o objeto de nossa esperança? Creio que a resposta seja sempre a mesma: buscamos a felicidade. No fundo, no fundo todos querem ser felizes e toda a nossa luta consiste na realização plena de nossa existência, e a isso chamamos felicidade.
Mas, do ponto de vista humano, não existe felicidade completa neste mundo, uma vez que nunca estamos satisfeitos com o que somos ou possuímos e assim a vida humana, às vezes, torna-se um peso ou mesmo um tédio. Que fazer então? Onde encontramos respostas para a nossa sede de felicidade, nosso desejo de paz?
Caros irmãos e irmãs, a vida só tem sentido quando vivida para Deus e por amor a Deus. Ele é a nossa verdadeira Felicidade; sem Deus não há realização humana, não existe paz, nada existe. O amor a Deus e aos seus mandamentos é a resposta que precisamos dar a nós mesmos e assim tomarmos consciência de que sem Deus é impossível um viver feliz neste mundo.
Jesus no evangelho de Mateus nos diz que “o reino dos céus é com um tesouro escondido num campo.” Precisamos encontrar esse “tesouro”, precisamos assumir que somos filhos e filhas de Deus; que Deus tem um plano para ser executado por nós e que cada um tem lugar próprio nesse plano de amor e salvação. Jesus, ainda nessa parábola, diz que “um homem encontra o tesouro, mas o esconde. E cheio de alegria, vai vende tudo o que tem para comprar aquele campo.”
Ora, que quer dizer “o esconde...” e “...vai, vende o que tem e compra aquele campo?” Lembram-se daquela passagem bíblica do Sermão da Montanha? “Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e voltando-se contra vós vos despedacem.” Pois bem, o tesouro do reino é a vida eterna para a qual Deus nos criou e que desperdiçamos com o pecado e no pecado. Esconder a vida eterna nada mais é do que comprá-la com a doação de nós mesmos àquele que é o nosso tudo, nossa esperança, nosso único sentido de ressurreição. Vender tudo significa, permutar, isto é, deixar o que passa por aquilo que é eterno.
Queridos irmãos e irmãs, abracemos com amor e entrega total aquilo que nos é proposto pelo nosso Salvador, pois estamos no mundo, mas não somos do mundo. Também não nascemos para a morte, mas para a vida e a vida que não tem fim. Ser filho e filha de Deus é muito mais do que falar que somos; é sermos transparência daquele que amamos e correspondermos ao seu plano de amor expresso nos seus mandamentos e assim projetarmos no mundo o reino dos céus escondido no campo da nossa existência.
Ó Senhor vinde em nosso auxílio e fortalecei a nossa vida de fé a fim de que possamos dar um testemunho autêntico da nossa comunhão convosco e podermos projetar no mundo o vosso reino de amor escondido em nossas almas. Vinde Senhor nosso, ajudai-nos na vivência dos valores eternos sem com isso desprezarmos os valores terrenos, mas, ao contrário, colocá-los no seu devido lugar para vencermos todo ódio, injustiça, mentira e corrupção e fazermos desta terra uma réplica perfeita do Paraíso que nos espera em vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho e nosso Salvador, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo e na presença da sempre Virgem Maria com todos os anjos, santos e santas. Assim seja!

Frei Fernando (Missionário Doce Mãe de Deus/João Pessoa – PB)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

CELEBRO MEU SIM



"Juntos veremos com um olhar sincero, um novo tempo virá. Unindo as forças e tudo o que somos para testemunhar o milagre de amar

Dia 27/08/2009 celebro meu Sim na vocação Doce Mãe de Deus.

"A Vida Consagrada é um caminho de Bem-aventurança".

Apartir de hoje trarei sobre o peito um sinal que me distingue como eleição e pertença do SUMO BEM. O cordão marrom é sinal da pobreza que abraçamos. A medalha traz no centro a CRUZ, nosso sol; e a VIRGEM MARIA, que abraça o MISTERIO DA SALVAÇÃO em seu Filho.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

CONSAGRAÇÃO - DIA 27/08/2009

Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis....(Rm 11)




Sintam-se todos convidados a participar de minha Consagração na Comunidade Doce Mãe de Deus, dia 27/08/2009, às 19hs no Centro de Formação Discipulo Amado, Casa Mãe da Comunidade.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A AMIZADE ESPIRITUAL



«Jesus era muito amigo de Marta, da sua irmã e de Lázaro» (Jo 11, 5)

Amai toda a gente com grande amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para os que podem partilhar convosco as coisas boas. [...] Se partilham no domínio dos conhecimentos, a vossa amizade é certamente louvável; mais ainda se comungam da prudência, da discrição, da força e da justiça. Mas, se a vossa relação é fundada na caridade, na devoção e na perfeição cristã, ó Deus, a vossa amizade é preciosa! É admirável porque vem de Deus, admirável porque tende para Deus, admirável porque o seu laço, é Deus, porque é eterna em Deus. Como é bom amar na terra como se ama no céu, aprendei a amar neste mundo como o faremos para sempre no outro!

Não falo aqui do amor simples da caridade, porque esse deve ser levado a todos os homens; falo da amizade espiritual, pela qual dois, três ou vários comungam na vida espiritual e têm um só coração e uma só alma (cf. Act 4, 32). É verdadeiramente justo que tais almas cantem felizes: «Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!» (Sl 132, 1). [...] Parece-me que todas as outras amizades não são mais do que a sombra desta. [...] É fundamental que os cristãos que vivem no mundo se ajudem uns aos outros através de santas amizades; por este meio incentivam-se, apoiam-se, conduzem-se mutuamente para o bem. [...] Ninguém pode negar que Nosso Senhor amou com uma amizade mais doce e muito especial São João, Lázaro, Marta e Madalena, pois o Evangelho o testemunha.


São Francisco de Sales (1567-1622)
Bispo de Genebra e Doutor da Igreja
Introdução à vida devota, III, 19

sábado, 25 de julho de 2009

DECISÕES DEFINITIVAS...


"...não tenhais medo de tomar decisões definitivas.
Generosidade não vos falta, perante o risco de se
comprometer para uma vida inteira quer no
matrimônio quer numa vida de especial consagração,
sentis medo...
Não será que eu, com uma decisão
definitiva, jogo a minha liberdade e me prendo com
as minhas próprias mãos?
Eu digo-vos: Coragem!
Ousai decisões definitivas, porque na verdade são
as únicas que não destroem a liberdade, mas lhe
criam a justa direção, possibilitando seguir em frente
e alcançar algo de grande na vida...
Quando o jovem
não se decide, corre o risco de ficar uma eterna criança"


Papa Bento XVI - março 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O AMOR É O QUE EXPLICA O SIM


Amar esse tempo em que estou, Porciúncula, é amar o processo que Deus está me proporcionando para chegar até a Sua promessa. Estou em busca dela e o que vivo hoje é uma preparação para que se realize.

Se não viver o hoje intensamente e amá-lo, quando chegar o meu objetivo, a minha promessa, posso não estar preparada para desfrutar dela.

Deus é fiel. A diferença em mim é o acreditar. Eu creio e é isso que me difere.

Abraçar a cruz é assumir o meu hoje com tudo aquilo que ele implica. É ela que vai me levar a salvação.

Todos os dia luto para ser fiel e Ser Testemunha do Mistério da Salvação de Cristo pelo Amor da Santa Cruz!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

AMIGO DA ALMA


« Tendo Davi acabado de falar com Saul a alma de Jônatas apegou-se à alma de Davi, e Jônatas começou a amà-lo como a si mesmo . ( I Samuel 18,1)

Nem tribulação nem dores poderão me separar do Amigo de minha alma.
Com esta afirmação descrevo que quando somos conquistados por um amigo , somos impulsionados a fazer qualquer coisa para fazê-lo feliz, para roubar-lhe um sorriso, para comungar dos mesmos sentimentos, não é assim ?
Estive pensando há alguns dias, os que acontece em nos quando somos conquistados pelo Amigo dos amigos, Jesus Cristo? Como deve ficar o nosso coração ?

Quando fiz a primeira vez a experiência com este Amigo da minha vida, lembro-me que nada e ninguém poderia me fazer mais feliz do que Aquele Amigo que tinha me mostrado o que era viver. Amei ainda que por vezes infielmente, mas amei ! E fui deixando-me inundar por este amor e este Amor me deu amigos.

Louvo muito ao Amigo que me amou primeiro, pois Ele me fez e me faz a cada novo dia enxergar que chegou a hora de sorrir, amar dar a vida por quem amamos, sofrer, chorar pelos e com os amigos . A exemplo de Nosso Senhor que sorriu com os que amava, comeu e se fez um com os seus, chorou com e por seus amigos, mostrando a sensibilidade de um relacionamento.

Quero convidar a cada irmão e amigo a neste novo tempo assumir dentro de si o tesouro que encontramos que é a vida de quem está ao nosso lado, vamos trazer o outro na alma. E trazendo o irmão na alma implica assumi-lo com todas as consequências. Vamos fotografar a alma do nosso amigo para que seja eternizada sua vida dentro de nos. E fotografando sua alma poderemos contemplar a face do Amigo que nos quis aqui , e também nos quis como verdadeiros amigos.

Quando um amigo ama ele se dá por quem ama, não mede esforços, não existe distâncias, ele consegue , pela força do amor , alcançar o amigo onde ele estiver…

O amor de amigo faz ressuscitar os sentimentos mais ocultos dentro de nos, o amigo com o seu sorriso nos encoraja a amar e amando desenterra em nos os tesouros mais preciosos.

Os nossos amigos precisam ser santos ! E eu ? Será que eu estou contribuindo para que isto aconteça ? Se remontarmos a historia , traremos a memoria tantos Santos e Santas, que ao longo de sua vida tiveram alguém que os ajudaram a chegar mais longe. Podemos até citar alguns , como : Davi e Jônatas, onde tiveram que enfrentar até mesmo a morte, mas sustentaram a graça da amizade ; Maria Madalena, que trocando todos os falsos amigos, amou profundamente seu Amigo Jesus ; Paulo e seu amigo de missão e filho na fé Timóteo ; São Francisco e Santa Clara que amando um ao outro, quiseram configurar-se ao Cristo, trazendo sempre um ao outro na alma ; Santas Perpetua e Felicidade que juntas proclamaram que Jesus Cristo era o Senhor e assim foram martirizadas ; Dom Bosco e Domingo Sávio, que apesar da diferença de idade conquistaram um ao outro a ponto de dar a vida querendo o mesmo ideal… E assim continua até hoje. Poderíamos citar centenas de amigos santos que foram conquistados pelo Cristo e em Cristo conquistaram-se e apegaram-se a alma um do outro.


Reflitamos : Tenho sido este instrumento que auxilia na santidade dos meus amigos? Será que minha amizade tem feito diferença na vida de santidade dele !?
Que ninguém seja capaz de tirar esta graça de amar de dentro de nos, mas que a cada nova prova e tribulação possamos nos amar a ponto de levar o outro ao Céu.
Não tenha medo de fotografar a alma amiga daquele que você ama !

Márcia Cristina - Missionária Doce Mãe de Deus em Gassin/França

quarta-feira, 15 de julho de 2009

VONTADE DE DEUS


BENEDETTO XVI - conclusão do Ano Paulino

“Devemos aprender a pensar de maneira mais profunda. O que isso significa o responde São Paulo na segunda parta da frase: precisa aprender a compreender a vontade de Deus, para que esta plasme a nossa vontade. Para que nós mesmos queiramos o que Deus quer e reconheçamos que o que Deus quer é aquilo que é belo e bom. Trata-se, portanto, de uma mudança em nossa orientação espiritual. Deus deve entrar no horizonte de nosso pensamento: o que Ele quer e a maneiroa como Ele idealizou o mundo e eu. Devemos aprender a assumir o pensar e o querer de Jesus Cristo. Desta maneira, seremos homens novos nos quais surge um mundo novo.”

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cinco pecados contra a Vida Consagrada


“Existem 5 pecados que hoje quase todos temos na Igreja e que interferem de forma especial na vida consagrada. Creio que esses limites podem ser superados através do aprofundamento da Palavra de Deus, se formos homens da Palavra, pessoas que acolhem a Palavra. Então verdadeiramente vamos superar isso e poderemos ser verdadeiros evangelizadores no mundo de hoje.

Qual o primeiro pecado? Eu o chamo de individualismo, isto é, cada um de nós pensa em si mesmo. Ainda o nosso EU está no centro de nossa vida, e na realidade Deus não está verdadeiramente no centro da nossa vida Cristã. Bastaria refletir quantas vezes somos individualistas. Sempre dizemos: os “meus” projetos, as “minhas” idéias, as “minhas” coisas, a “minha” pequena comunidade, o “meu” grupo. Sempre meu, meu, meu. Somos fechados dentro dessa realidade. E creio que esse é um dos grandes pecados. Isso se supera se nós nos abrimos e nos tornamos comunidade centrada na Palavra. Comunidade aberta aos irmãos, aberta às necessidades dos irmãos. Comunidade de pessoas que se consomem pelos outros. Então atenção a esse pecado.

Segundo pecado: Superficialidade espiritual. Muitas vezes eu pergunto aos meus irmãos de comunidade, padres, ou aos seminaristas da Universidade Salesiana de Roma: Qual o seu projeto de vida? E alguns dizem “eu não tenho projeto de vida”. Mas como se faz para caminhar na vida espiritual, para o Senhor, se não temos um projeto de vida? Às vezes nós nem temos, em algumas comunidades, um projeto comunitário. Um projeto de vida espiritual comunitário. Então a nossa vida espiritual é superficial. Nós não nos aprofundamos na experiência de Deus. Ficamos na superfície das coisas. Para muitos ainda, a vida cristã é fazer práticas religiosas e não viver uma fé profunda em Deus. Não ter uma relação pessoal com Deus, essa amizade pessoal com Deus. Se Jesus não é o Centro da nossa vida, se não fizemos uma experiência com ele, diante das dificuldades que encontramos, tudo cai. É importante trabalhar a vida espiritual. Às vezes eu pergunto também: “você tem um Pai espiritual? Um Padre espiritual que te acompanha no caminho da vida espiritual?” Compreendo que é difícil encontrar um padre, uma pessoa capaz de dar uma direção espiritual, mas eu digo sempre que no inicio da Igreja, nos primeiros tempos do Cristianismo, tinham os Abbá e as Ammá, os pais e as mães espirituais. Pessoas simples, leigos, que guiavam espiritualmente outros. Nós temos essa necessidade de fazer um confronto espiritual com os irmãos, porque se não fizermos isso, como poderemos guiar outros? Nós saberemos guiar outros se tivermos sido guiados. Esse é um outro problema que temos. Superar essa superficialidade que nós temos e chegar a uma forte experiência de Deus. Como se supera isso? Tornando-nos homens de vida interior. Interiorizando a nossa fé. Observem que dentro de nós, somos todos um pouco doentes, enfermos, frágeis. Precisamos curar, cuidar da dimensão interior da nossa vida espiritual.

Terceiro pecado: Ativismo. Vivemos numa sociedade dinâmica onde todos correm, todos se agitam. É a sociedade das coisas rápidas, usamos internet, email… e tudo isso de modo muito rápido e veloz. Assim também é no nosso trabalho. E aqui tem um grande problema. O trabalho, o ativismo, sufoca a vida espiritual. Destroem a vida espiritual, destroem essa experiência com Deus. Penso por exemplo na vida dos salesianos, onde nós trabalhamos muito, fazemos muitas coisas, mas penso que vocês também, preocupados muitas vezes com o problema da comunicação, dos compromissos que tem com rádio, tv, jornalismo e tantas coisas… Estejam atentos. Se nós não temos uma dimensão interior, o nosso trabalho será estéril. Observem que o ativismo destrói a nossa vida. Claro, devemos trabalhar. Dom Bosco dizia que temos que “arregaçar as mangas”. Temos que trabalhar, mas trabalhar nos tornando contemplativos. Contemplativo no cotidiano, no presente, naquilo que faço. Dom Bosco foi definido como “a união com Deus”. Mas um grande obstáculo para sua canonização foi que diziam que Dom Bosco sempre ia de um lado pra outro, trabalhava, e não rezava nunca. Como poderia ser um santo alguém que não reza? Então o Papa Pio XI estava presente naquele tribunal para canonização. E para aquela pessoa que dizia dessa dificuldade, o Papa perguntou: “me diga você, quando Dom Bosco não rezava?”. Porque toda a vida de Dom Bosco era união com Deus. Tudo o que ele fazia, as atividades, as viagens, o encontro com os meninos… tudo nascia de um coração aberto à ação de Deus, à ação do Espírito. Se nós não nos tornarmos pessoas contemplativas, de vida interior na ação, nós faliremos. Porque a sociedade na qual vivemos nos vira de cabeça pra baixo. Dentro do trabalho está a presença do Espírito de Deus. E isso se adquire amando o silencio e amando a oração. Fiquem atentos ao ativismo.

Quarto pecado: racionalismo. A razão sem a fé criaria um vazio em nossa vida. A razão e a fé na nossa vida precisam dialogar. Atenção, pois o cristianismo não é uma doutrina, uma filosofia, uma ética ou uma moral. Mas o Cristianismo é experiência com uma pessoa. Não é adquirir idéias. Claro que precisamos conhecer uma Doutrina. O cristianismo é a revelação cristã, evangélica, mas sempre devemos passar todas as coisas da mente para o coração. Essa é a passagem: da razão ao coração. Esse é um grande perigo. Na Igreja primitiva se chamava gnose, agnosticismo. Alguns cristãos diziam “basta que eu saiba que Deus existe, que eu conheça Deus assim, e eu serei salvo”. E o evangelista João nos diz que não basta conhecer, mas é preciso levar isso para a vida. Se o cristianismo não se traduz em vida, nós faliremos. O cristianismo é experiência de fé. Não somente adquirir idéias e noções. Eu digo sempre falando aos teólogos, que a Teologia se aprende de joelhos. Rezando. Não somente sobre os livros. O Cristianismo é a experiência com uma pessoa. È o encontro com um evento, um fato. Com este fato que é a encarnação, que é Jesus.

Quinto pecado: A separação que existe entre a fé e a vida. Digo de modo muito simples. Na Igreja somos todos bons, bonitos e comportados. Depois na vida, é outra coisa. Julgamos, criticamos… nós precisamos unir fé e vida. Nós devemos levar a fé pra vida, pro nosso trabalho. Isso acontece naquela dimensão da caridade pastoral, quando verdadeiramente nos abrimos aos outros, aos irmãos, principalmente aqueles que são frágeis, pobres, mas com coração de Jesus. Unir fé e vida”.

(dos escritos de Dom Giorgio Zevini)

Fonte: http://blog.cancaonova.com/cancaonovaformacao/2008/05/06/cinco-pecados-contra-a-vida-consagrada

sexta-feira, 10 de julho de 2009

RETIRO DA PORCIÚNCULA - Cada dia mais próximos do altar! Dias 3,4 e 5 de julho

Somos o altar do carisma!

Abraçar uma consagração não significa estar pronto,
mas o querer se preparar.
(Inaldo Alexandre - CDMD)

O povo de Deus chegando para o retiro.

"Vinde amados de meu Pai!"

"E o Senhor lhes ajuntava outros, que estavam
a caminho da salvação."

"O amor de Deus nos constrange!"

"Felizes aqueles que ouvem o apelo do Senhor e
se entregam nas mãos dele."

"O carisma nos ajuda a escrever nossa história
com a caneta do amor."

"Um consagrado não se alimenta de dores,
mas de profecias."



"De nada vale perder tempo com o que passa,
é sábio aquele que escolhe cuidar do que é eterno."



"Quando enxergo a positividade de Deus,
descubro todo sentido dos fatos de minha história pessoal."

"Quanto mais me relaciono com Deus,
mais vejo o outro de forma transparente."


"Meu irmão Jacozinho do Senhor,
Deus te ama e eu também!"



"Quando você tem certeza do amor de Deus, nada lhe falta."

'O livre se permite amar!"

"Em teus altares eu quero estar para celebrar teu imenso amor."



quinta-feira, 9 de julho de 2009

Papa ao mundo:Por uma nova síntese humanista


Na nova encíclica social titulada “Caritas in veritate” (Caridade na verdade) o Papa Bento XVI expõe uma nova síntese humanista que permita superar os desafios da globalização e explica como a caridade é o pilar sobre o qual se deve reedificar a sociedade.

Ao referir aos desafios que expõe a situação global atual, o Pontífice indica que “os aspectos da crise e das suas soluções bem como de um possível novo desenvolvimento futuro estão cada vez mais interdependentes, implicam-se reciprocamente, requerem novos esforços de enquadramento global e uma nova síntese humanista”.

“Continua « o escândalo de desproporções revoltantes »[56]. Infelizmente a corrupção e a ilegalidade estão presentes tanto no comportamento de sujeitos econômicos e políticos dos países ricos, antigos e novos, como nos próprios países pobres. No número de quantos não respeitam os direitos humanos dos trabalhadores, contam-se às vezes grandes empresas transnacionais e também grupos de produção local. As ajudas internacionais foram muitas vezes desviadas das suas finalidades, por irresponsabilidades que se escondem tanto na cadeia dos sujeitos doadores como na dos beneficiários.”.

O Papa recorda que “Contudo há que sublinhar que não é suficiente progredir do ponto de vista econômico e tecnológico; é preciso que o desenvolvimento seja, antes de mais nada, verdadeiro e integral. A saída do atraso econômico é um dado em si mesmo positivo, não resolve a complexa problemática da promoção do homem nem nos países protagonistas de tais avanços, nem nos países economicamente já desenvolvidos, nem nos países ainda pobres que, além das antigas formas de exploração, podem vir a sofrer também as conseqüências negativas derivadas de um crescimento marcado por desvios e desequilíbrios”.

O Santo Padre ressalta deste modo que “Do ponto de vista social, os sistemas de segurança e previdência já presentes em muitos países nos tempos de Paulo VI sentem dificuldade, e poderão senti-la ainda mais no futuro, em alcançar os seus objetivos de verdadeira justiça social dentro de um quadro de forças profundamente alterado “.

“O convite feito pela doutrina social da Igreja, a começar da Rerum novarum, para se criarem associações de trabalhadores em defesa dos seus direitos há-de ser honrado, hoje ainda mais do que ontem, dando antes de mais nada uma resposta pronta e clarividente à urgência de instaurar novas sinergias a nível internacional, sem descurar o nível local”.

O Papa Bento XVI assinala logo que “a mobilidade laboral, associada à generalizada desregulamentação, constituiu um fenômeno importante, não desprovido de aspectos positivos porque capaz de estimular a produção de nova riqueza e o intercâmbio entre culturas diversas. Todavia, quando se torna endêmica a incerteza sobre as condições de trabalho, resultante dos processos de mobilidade e desregulamentação, geram-se formas de instabilidade psicológica, com dificuldade a construir percursos coerentes na própria vida, incluindo o percurso rumo ao matrimônio”.

Por isso, recalca o Santo Padre dirigindo-se especialmente aos governantes, “o primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade: «com efeito, o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida econômico-social»“.

Ao falar depois do desafio da fome no mundo, o Pontífice precisa que se requere um sistema de instituições capazes de assegurar o alimento, assim como a maturação de uma ” duma consciência solidária que considere a alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções nem discriminações. Além disso, é importante pôr em evidência que o caminho da solidariedade com o desenvolvimento dos países pobres pode constituir um projeto de solução para a presente crise global, como homens políticos e responsáveis de instituições internacionais “.

O Papa precisa também que existe “outro aspecto da vida atual, intimamente relacionado com o desenvolvimento, é a negação do direito à liberdade religiosa“. “As violências refreiam o desenvolvimento autêntico e impedem a evolução dos povos para um bem-estar sócio-económico e espiritual maior. Isto aplica-se de modo especial ao terrorismo de índole fundamentalista, que gera sofrimento, devastação e morte, bloqueia o diálogo entre as nações e desvia grandes recursos do seu uso pacífico e civil”.

Ante estes desafios urgentes, o Santo Padre explica que “o saber humano é insuficiente e as conclusões das ciências não poderão sozinhas indicar o caminho para o desenvolvimento integral do homem. Sempre é preciso lançar-se mais além: exige-o a caridade na verdade. Todavia ir mais além nunca significa prescindir das conclusões da razão, nem contradizer os seus resultados. Não aparece a inteligência e depois o amor: há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor”.

Novas soluções

“As grandes novidades, que o quadro atual do desenvolvimento dos povos apresenta, exigem em muitos casos novas soluções. Estas hão-de ser procuradas conjuntamente no respeito das leis próprias de cada realidade e à luz duma visão integral do homem, que espelhe os vários aspectos da pessoa humana, contemplada com o olhar purificado pela caridade”, diz Bento XVI na Caritas in veritate.

O Papa sublinha também a Também neste ponto se verifica uma convergência entre ciência econômica e ponderação moral. Os custos humanos são sempre também custos econômicos, e as disfunções econômicas acarretam sempre também custos humanos e explica que “A diminuição do nível de tutela dos direitos dos trabalhadores ou a renúncia a mecanismos de redistribuição do rendimento, para fazer o país ganhar maior competitividade internacional, impede a afirmação de um desenvolvimento de longa duração”.

“mais de quarenta anos depois da Populorum progressio, seu argumento de fundo, o progresso, segue sendo ainda um problema aberto, que se tem feito mais agudo e peremptório pela crise econômico-financeira que se está produzindo. (?) Temos que reconhecer quão difícil foi este percorrido, tanto por novas formas de colonialismo e dependência de antigos e novos países hegemônicos, como por graves irresponsabilidades internas nos próprios países que se hão independizado”.

Passados mais de quarenta anos da publicação da Populorum progressio, o seu tema de fundo precisamente o progresso permanece ainda um problema em aberto, que se tornou mais agudo e premente com a crise económico-financeira em curso. (…) Temos de reconhecer como foi difícil tal percurso, tanto por causa de novas formas de colonialismo e dependência de antigos e novos países hegemónicos, como por graves irresponsabilidades internas aos próprios países que se tornaram independentes.

“A novidade principal foi o estalo da interdependência planetária, já usualmente chamada globalização”, ressalta o Papa e expressa que “uma das pobrezas mais fundas que o homem pode experimentar é a solidão. Certamente, também as outras pobrezas, incluídas as materiais, nascem do isolamento, do não ser amados ou da dificuldade de amar”.

Logo depois de precisar que o desenvolvimento dos povos depende sobre tudo de que se reconheçam como parte de uma só família, que colabora com verdadeira comunhão e está integrada por seres que não vivem simplesmente um junto ao outro, Bento XVI afirma que o “desenvolvimento coincide com o da inclusão relacional de todas as pessoas e de todos os povos na única comunidade da família humana, que se constrói na solidariedade tendo por base os valores fundamentais da justiça e da paz”.

Ao falar então do papel das religiões para o desenvolvimento integral, o Pontífice reitera que “religião cristã e as outras religiões só podem dar o seu contributo para o desenvolvimento, se Deus encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e articularmente política. A doutrina social da Igreja nasceu para reivindicar este « estatuto de cidadania» da religião cristã”.

Bento XVI se refere logo à necessidade de que o princípio de subsidiariedade se mantenha intimamente unido ao princípio da solidariedade e vice-versa, porque “subsidiariedade sem a solidariedade decai no particularismo social, a solidariedade sem a subsidiariedade decai no assistencialismo que humilha o sujeito necessitado. Esta regra de carácter geral deve ser tida em grande consideração também quando se enfrentam as temáticas referentes às ajudas internacionais destinadas ao desenvolvimento”.

Ao falar sobre as migrações e sua relação com o desenvolvimento, o Papa considera que a política que sirva da melhor maneira a responder a este desafio “há-de ser desenvolvida a partir de uma estreita colaboração entre os países donde partem os emigrantes e os países de chegada; há-de ser acompanhada por adequadas normativas internacionais capazes de harmonizar os diversos sistemas legislativos (…) Nenhum país se pode considerar capaz de enfrentar, sozinho, os problemas migratórios do nosso tempo”.

O Papa também expõe, em términos econômicos, uma regulação “do sector capaz de assegurar os sujeitos mais débeis e impedir escandalosas especulações, como a experimentação de novas formas de financiamento destinadas a favorecer projetos de desenvolvimento, são experiências positivas que hão-de ser aprofundadas e encorajadas, invocando a responsabilidade própria do aforrador”.

“Perante o crescimento incessante da interdependência mundial, sente-se imenso mesmo no meio de uma recessão igualmente mundial a urgência de uma reforma quer da Organização das Nações Unidas quer da arquitetura econômica e financeira internacional, para que seja possível uma real concretização do conceito de família de nações. De igual modo sente-se a urgência de encontrar formas inovadoras para atuar o princípio da responsabilidade de proteger [146] e para atribuir também às nações mais pobres uma voz eficaz nas decisões comuns.”.

“O tema do desenvolvimento dos povos está intimamente ligado com o do desenvolvimento de cada indivíduo”, prossegue o Papa; e assinala que ” A técnica é bom sublinhá-lo é um dado profundamente humano, ligado à autonomia e à liberdade do homem. Nela exprime-se e confirma-se o domínio do espírito sobre a matéria(…) a técnica insere-se no mandato de « cultivar e guardar a terra » (Gn 2, 15) que Deus confiou ao homem, e há-de ser orientada para reforçar aquela aliança entre ser humano e ambiente em que se deve refletir o amor criador de Deus”.

“O verdadeiro desenvolvimento não consiste primariamente no fazer; a chave do desenvolvimento é uma inteligência capaz de pensar a técnica e de individualizar o sentido plenamente humano do agir do homem, no horizonte de sentido da pessoa vista na globalidade do seu ser”, alerta logo o Santo Padre.

A técnica nunca é suficiente para obter o desenvolvimento, precisa Bento XVI, e assegura que “o desenvolvimento é impossível sem homens retos, sem operadores econômicos e homens políticos que sintam intensamente em suas consciências o apelo do bem comum”.

O Pontífice também fala do lugar dos meios de comunicação ante o desenvolvimento e explica que estes devem estar “centrados na promoção da dignidade das pessoas e dos povos, animados expressamente pela caridade e colocados ao serviço da verdade, do bem e da fraternidade natural e sobrenatural”.

Conclusão

Logo depois de indicar que “a maior força ao serviço do desenvolvimento é um humanismo cristão [157] que reavive a caridade e que se deixe guiar pela verdade, acolhendo uma e outra como dom permanente de Deus”, Bento XVI adverte que, ao contrário, “a reclusão ideológica a Deus e o ateísmo da indiferença, que esquecem o Criador e correm o risco de esquecer também os valores humanos, contam-se hoje entre os maiores obstáculos ao desenvolvimento”.

O humanismo que exclui Deus é um humanismo desumano. Só um humanismo aberto ao Absoluto pode guiar-nos na promoção e realização de formas de vida social e civil no âmbito das estruturas, das instituições, da cultura, do ethos preservando-nos do risco de cairmos prisioneiros das modas do momento”, prossegue.

Por isso, explica, “O desenvolvimento tem necessidade de cristãos com os braços levantados para Deus em atitude de oração, cristãos movidos pela consciência de que o amor cheio de verdade caritas in veritate , do qual procede o desenvolvimento autêntico, não o produzimos nós, mas é-nos dado. Por isso, inclusive nos momentos mais difíceis e complexos, além de reagir conscientemente devemos sobretudo referir-nos ao seu amor.”.

“O desenvolvimento implica atenção à vida espiritual, uma séria consideração das experiências de confiança em Deus, de fraternidade espiritual em Cristo, de entrega à providência e à misericórdia divina, de amor e de perdão, de renúncia a si mesmos, de acolhimento do próximo, de justiça e de paz.”, adiciona.

Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O AMOR DE AMIZADE



"O amor de amizade arranca o coração das coisas que passam e o eleva para as que nunca passam."

domingo, 28 de junho de 2009

O Dia do Papa



Sendo hoje o Dia do Papa rezemos por ele.

A oração pelo Papa, reproduzida a seguir, está contida no Livro Oficial de Orações da Igreja Católica:

"Ó Deus,
que na vossa providência
quisestes edificar a vossa Igreja sobre São Pedro,
chefe dos apóstolos, fazei que o nosso Papa,
que constituístes sucessor de Pedro,
seja para o vosso povo o princípio
e o fundamento visível da unidade da fé
e da comunhão na caridade.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

ARRAIÁ DOCE MÃE DE DEUS

Nossa festa de São João é a melhor de todas, muita alegria, forró cristão, teatro matuto, quadrilha, comidas tipicas e muitos irmãos matutos. Você não sabe o que perdeu.
O povo da Porciúncula tomou conta da barraca de comidas típicas, estava tudo uma dilícia.Confira!

Viva São João, o Batista!








sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os cinco defeitos de Jesus



O Cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan teve como lema de vida a esperança que enche de amor o momento presente. Mantido prisioneiro pelo regime comunista durante 13 anos, 9 dos quais em total isolamento, não ficou de “braços cruzados” esperando a libertação; ao contrário, com a criatividade própria do amor, fez-se amigo dos carcereiros, construiu para si um crucifixo, celebrou a eucaristia clandestinamente e escreveu três livros. Depois de uma vida luminosa, morreu vitimado pelo câncer em setembro de 2002.

Van Thuan declara-se apaixonado pelos defeitos de Jesus e os descreve no livro “Testemunhas da esperança”:

PRIMEIRO DEFEITO: JESUS NÃO TEM MEMÓRIA
No calvário, no auge da indescritível agonia, Jesus ouve a voz do ladrão à sua direita: “Jesus, lembra-te de mim quando estiveres em teu reino” (Lc 23,43). Se fosse eu, teria respondido: “Não vou esquecê-lo, mas seus crimes devem ser pagos por longos anos no purgatório”. No entanto, Jesus respondeu-lhe: “...hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). Jesus esqueceu todos os crimes desse homem.

Semelhante atitude Jesus teve com a pecadora que banhou os seus pés com perfume... Não faz nenhuma pergunta sobre seu escandaloso passado. Simplesmente diz: “Seus inúmeros pecados estão perdoados, porque muito amor demonstrou” (Lc 7,47)...
A memória de Jesus não é igual à minha...

SEGUNDO DEFEITO: JESUS NÃO “SABE” MATEMÁTICA
Se Jesus tivesse se submetido a um exame de matemática, por certo teria sido reprovado... “Um pastor tinha 100 ovelhas. Uma se extravia. Ele, imediatamente, deixa as 99 no redil e vai em busca da desgarrada. Reencontra-a, coloca-a no ombro e volta feliz” (cf. Lc 15,4-7).

Para Jesus, uma pessoa tem o mesmo valor de noventa e nove e, talvez, até mais. Quem aceita tal procedimento? Sua misericórdia se estende de geração em geração...

TERCEIRO DEFEITO: JESUS DESCONHECE A LÓGICA
Uma mulher possuía 10 dracmas. Perdeu uma. Acende a lâmpada; varre a casa... procura até encontrá-la. Quando a encontra convida suas amigas para partilhar sua alegria pelo reencontro da dracma... (Lc 15,8-10)... de fato, não tem lógica fazer festa por uma dracma... O coração tem motivações que a razão desconhece... Jesus deu uma pista: “Eu vos digo que haverá mais alegria diante dos anjos de Deus por um só pecador que se converte...” (Lc 15,10).

QUARTO DEFEITO: JESUS É AVENTUREIRO
Executivos, pessoas encarregadas do “marketing das empresas”, levam em suas pastas projetos, planos cuidadosamente elaborados... Em todas as instituições, organizações civis ou religiosas não faltam programas prioritários; objetivos, estratégias...

Nada semelhante acontece com Jesus. Humanamente analisando, seu projeto está destinado ao fracasso.

Aos apóstolos, que deixaram tudo para segui-lo, não garante sustento material, casa para morar, somente partilhar do seu estilo de vida. A um desejoso de unir-se aos seus, responde: “As raposas têm tocas e as aves do céu ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20)...

Os doze confiaram neste aventureiro. Milhões e milhões de outros igualmente. Já vão lá mais de dois mil anos e a incalculável multidão de seguidores continua a peregrinar. Galerias enormes de santos e santas, bem-aventurados, heróis e heroínas da aventura. No Universo inteiro esta abençoada romaria continua... Vai que este aventureiro tem razão...? Neste caso, a mais fantástica viagem na “contramão” da história será a verdadeira...! “A quem iremos?”...

QUINTO DEFEITO: JESUS NÃO ENTENDE DE FINANÇAS NEM ECONOMIA
Se Jesus fosse o administrador da empresa, da comunidade, a falência seria uma questão de dias. Como entender um administrador que paga o mesmo salário a quem inicia o trabalho cedo e a outro que só trabalha uma hora? Um descuido? Jesus errou a conta? ...

Por que Jesus tem esses defeitos? Porque é o Deus da Misericórdia e Amor Encarnado. Deus Amor (cf. 1Jo 4,16). Portanto, não um amor racional, calculista, que condiciona, recorda ofensas recebidas. Mas um amor doação, serviço, misericórdia, perdão, compreensão, acolhida... Em que medida? Infinita.

Os defeitos de Jesus são o caminho da felicidade. Por isso, damos graças a Deus. Para alegria e esperança da humanidade, esses defeitos são incorrigíveis.


Maria Auristela B. Alves
www.comshalom.org/formacao/santos/van_thuan.html

terça-feira, 16 de junho de 2009

CORAÇÃO SAGRADO



Se você está cansado/
sem lugar pra repousar
Venha ao Coração Sagrado
de Jesus que aberto está
Pode então entrar /
até descansar teu Deus ai espera e quer te amar

Curar tuas feridas, tirar a solidão /
reconstruir com zelo tudo que está no chão.
Te dá muito carinho,
alegre-se irmão felicidade não é ilusão”.

Deus Pai dignou-Se conceder-nos, no Coração do Filho, infinitos dilectionis thesauros, tesouros inesgotáveis de amor, de misericórdia, de ternura. Se quisermos descobrir com evidência que Deus nos ama - que não só escuta as nossas orações, mas até Se nos antecipa - basta-nos seguir o mesmo raciocínio de S. Paulo: “Aquele que nem ao seu próprio Filho perdoou, mas O entregou à morte por nós, corno não nos dará, com Ele, todas as coisas?”.
Cristo que passa, 162

Cristo na Cruz, com o Coração trespassado de Amor pelos homens, é uma resposta eloquente - as palavras não são necessárias - à pergunta sobre o valor das coisas e das pessoas. Pois valem tanto os homens, a sua vida, a sua felicidade, que o próprio Filho de Deus Se entrega para os remir, para os purificar, para os elevar! Quem não amará o seu coração tão ferido? - perguntava uma alma contemplativa. E continuava a perguntar: Quem não dará amor por amor? Quem não abraçará um Coração tão puro? Nós, que somos de carne, pagaremos amor com amor, abraçaremos o Ferido que encontrámos, Aquele a quem os ímpios atravessaram as mãos e os pés, o lado e o Coração. Peçamos-lhe que Se digne prender o nosso coração com o vínculo do seu amor, feri-lo com uma lança, pois é ainda duro e impenitente.

São pensamentos, afectos e palavras que as almas enamoradas desde sempre dedicaram a Jesus. Mas, para entender essa linguagem, para saber na verdade o que é o coração humano e o Coração de Cristo e o amor de Deus, são precisas a Fé e a humildade. Foi com Fé e humildade que Santo Agostinho escreveu para nós estas palavras universalmente famosas: “criastes-nos, Senhor, para Vós, e o nosso coração está inquieto enquanto em Vós não repousa”.
Cristo que passa, 165

Na festa de hoje, havemos de pedir ao Senhor que nos dê um coração bom, capaz de se compadecer das penas das criaturas, capaz de compreender que, para remediar os tormentos que acompanham e tanto angustiam as almas neste mundo, o verdadeiro bálsamo é o amor, a caridade; todas as outras consolações só servem para nos distrair por um momento e deixar depois amargura e desespero.

Se queremos ajudar os outros, temos de os amar - deixai-me insistir - com um amor que seja compreensão e entrega, afecto e humildade voluntária. Assim compreenderemos por que quis o Senhor resumir toda a Lei nesse duplo mandamento, que é afinal um mandamento só: o amor de Deus e o amor do próximo, com todo o coração.
Cristo que passa, 167

Viver no Coração de Jesus, unir-nos a Ele estreitamente é, portanto, convertermo-nos em morada de Deus. Aquele que Me ama será amado pelo meu Pai, anunciou o Senhor. E Cristo e o Pai, no Espírito Santo, vêm à alma e fazem nela a sua morada.

Quando compreendemos - ainda que seja só um poucochinho - estas verdades fundamentais, a nossa maneira de ser transforma-se. Passamos a ter fome de Deus e fazemos nossas as palavras do Salmo: Meu Deus, eu Te procuro solícito; sedenta de Ti está a minha alma; a minha carne deseja-Te, como terra árida, sem água. E Jesus, que suscitou as nossas ansiedades, vem ao nosso encontro e diz-nos: se alguém tem sede, venha a Mim e beba. E oferece-nos o seu Coração, para encontrarmos nele o nosso repouso e a nossa fortaleza. Se aceitarmos o seu chamamento, veremos como as suas palavras são verdadeiras, e aumentará a nossa fome e a nossa sede, até desejarmos que Deus estabeleça no nosso coração o lugar do seu repouso e não afaste de nós o seu calor e a sua luz.
Cristo que passa, 170

São Josemaria Escrivá